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Scot Consultoria

Rentabilidade da produção de eucalipto no Brasil


Segunda-feira, 26 de maio de 2014 - 17h40

Zootecnista pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) - Ilha Solteira. Mestre em Administração de Organizações Agroindustriais pela Universidade Estadual Paulista - UNESP, Campus de Jaboticabal. Consultor e analista da Scot Consultoria. Coordena as divisões de pecuária de leite, grãos, insumos, avaliação e perícia. Ministra aulas, palestras, cursos e treinamentos nas áreas de mercado de leite, boi, grãos e assuntos relacionados à agropecuária em geral. Editor-chefe da Carta Leite, da Carta Grãos e do Relatório do Mercado de Leite, publicações da Scot Consultoria.


Artigo originalmente publicado na Revista Agroanalysis.


As áreas de florestas brasileiras plantadas (eucalipto e pinus) cresceram, em média, 3,5% nos últimos anos.


Os números da Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas (ABRAF), apontam para uma área de 6,66 milhões de hectares em 2012.


Desta área, 5,10 milhões de hectares são com eucalipto (76,6%) e 1,56 milhão de hectares com pinus (23,4%).


A projeção da Scot Consultoria para 2014 é de 7,26 milhões de hectares ocupados com pinus e eucalipto. Veja a figura 1. 



A área com eucalipto vem aumentando, e a de pinus está em queda desde 2008. De lá para cá, encolheu 17,1%.


A área com eucalipto aumentou 27,0%.


Minas Gerais é o maior produtor nacional, com 1,44 milhão de hectares com eucalipto em 2012, segundo a ABRAF.


Na sequência aparecem: São Paulo, com 1,04 milhão de hectares, a Bahia, com 605,44 mil hectares, e o Mato Grosso do Sul com 587,31 mil hectares. Veja a tabela 1. 



Utilização


Para a construção civil, o eucalipto pode ser cortado a partir dos dois ou três anos.


Para a lenha, carvão e madeira podem ser realizados cortes a partir do quarto ano, e para a utilização como matéria prima para a fabricação de móveis, o tempo de desenvolvimento está em acima de dez anos, dependendo do manejo dado à floresta.


Para a produção de celulose, o corte é realizado entre seis e oito anos.


Resultados econômicos


O custo de produção depende da tecnologia empregada, das características de fertilidade do solo e da necessidade de controle de pragas, por exemplo.


Para o cálculo do resultado econômico, foi considerada a região Sul de Minas e a madeira destinada para a produção de carvão/lenha e celulose.


Foi considerada a venda da madeira cortada e empilhada, para carvão e lenha (diâmetro abaixo de 15 centímetros).


O espaçamento foi de 3mx2m entre linhas e entre plantas, ou 1.667 plantas por hectare.


O custo de implantação foi de R$2.635,25 por hectare, tendo como referência o plantio em janeiro de 2014.


O custo de manutenção foi de R$830,00 por hectare por ano, a partir do segundo ano, se estendendo até o quinto ano. Este valor inclui a adubação de cobertura, controle de formigas, demais tratos culturais e mão de obra.


A colheita no quinto ano e a produtividade média estimada em 300m3 de madeira cortada e empilhada.


A receita com a venda da madeira é de R$9.600,00 por hectare.


Os custos totais, considerando a implantação e manutenção, foram estimados em R$5.955,00 por hectare.


Com isso, o lucro por hectare obtido foi de R$3.645,00, que divididos pelos cinco anos de maturação, representa um lucro de R$729,00 por hectare por ano.


A rentabilidade da atividade, levando em conta o preço da terra no Sul de Minas, é de 34,7% em cinco anos ou 6,9% ao ano.



Para o cálculo do resultado econômico da produção de eucalipto para celulose, foi considerado o corte no sétimo ano. O espaçamento entre linhas e entre plantas foi de 3mx2m, com produtividade média de 300m3 por hectare.


Os custos de produção estão estimados em R$7.944,38 por hectare (implantação e manutenção).


O preço do metro cúbico de madeira para celulose está em R$46,00 na região.


A receita com a venda da madeira e o lucro /ha no sétimo ano são de R$13,8 mil e R$5.855,63 (R$836,51 por hectare ano).



A rentabilidade da atividade, levando em conta o preço da terra no Sul de Minas, é de 55,8% em sete anos ou 8,0% ao ano.


Considerações finais


O plantio de eucalipto é uma atividade com rentabilidades médias próximas do rendimento da poupança.


Pode ser uma fonte de renda alternativa para agricultores e pecuaristas que querem diversificar sua atividade e ter um rendimento sustentável ao longo do tempo. Pode compor ainda um sistema de integração lavoura-pecuária-floresta ou integração pecuária-floresta.


Atualmente, uma das preocupações é justamente com os preços da madeira para carvão e lenha, pressionados para baixo pelo aumento da oferta no mercado brasileiro, além da falta de garantia de compra no caso dos produtores individuais.


Para uma comparação, o cultivo de eucalipto aumentou 27,0% nos últimos cinco anos, próximo dos 30,1% de crescimento da área com soja e bem acima dos 7,6% de aumento da área de milho (milho de primeira e segunda safras).


Neste contexto, a produção de eucalipto para celulose é uma opção mais segura, visto o crescimento do setor no mercado brasileiro e mundial. Este tem sido o grande estimulo para a produção de eucalipto no Brasil.



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