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Scot Consultoria

Cepea – soja


Terça-feira, 24 de março de 2015 - 14h36

O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA) é parte do Departamento de Economia, Administração e Sociologia (DEAS) da Esalq/USP.


No início de fevereiro, as fortes chuvas no Centro-Oeste, Sul e Sudeste do Brasil interromperam a colheita de soja. No final do mês, as precipitações diminuíram, mas produtores alegaram que o solo ainda estava úmido, limitando a entrada de máquinas nas lavouras. Em Mato Grosso e Goiás, havia temores quanto à qualidade da soja, se passasse o período propício para colher. Já em Mato Grosso do Sul, o nível pluviométrico diminuiu nos últimos dias de fevereiro, possibilitando o avanço dos trabalhos.

As precipitações, também atrapalharam os embarques de soja, gerando filas de navios e de caminhões nos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR). De modo geral, aumentaram também as ofertas de venda nos portos, mas a previsão é que as atividades se intensificariam mesmo a partir de meados de março, com vários navios já nomeados.

As manifestações dos caminhoneiros também afetaram os trabalhos de campo e a comercialização da soja, em várias regiões brasileiras, inclusive para exportação. Com isso, os negócios seguiram limitados, devido às incertezas sobre o mercado e ao cumprimento posterior das entregas.

Com a expressiva valorização do dólar frente ao Real, os produtos brasileiros se tornaram mais atrativos no mercado externo. Sendo assim, as negociações envolvendo a soja nos portos ganharam ritmo em fevereiro. Além disso, a demanda internacional também esteve aquecida, cenário comum nesta época do ano, quando os estoques brasileiros já estão razoavelmente abastecidos. O frio intenso nas regiões produtoras dos Estados Unidos também ajudou a reforçar a demanda por aqui.

Quanto aos embarques, em fevereiro, o Brasil enviou 868,65 mil toneladas, volume superior às ínfimas 85,33 mil toneladas de janeiro, mas abaixo das 2,79 milhões de toneladas de soja exportadas em fevereiro/14. O valor médio da exportação foi de US$ 23,91/sc de 60 kg, 19,7% abaixo do mesmo período de 2014. Mesmo com a valorização de 18,3% do dólar entre fevereiro de 2014 e este, em Reais, o valor médio ainda ficou 5% menor, na média de R$ 67,36/sc.

No mesmo período, com os bons preços de derivados, muitas indústrias preferiram processar o grão e exportar os derivados. Os embarques de óleo de soja subiram 9,7% na comparação com o mês anterior e dobraram frente a fevereiro/14, totalizando 98,4 mil toneladas. O faturamento foi de R$2.121,71/t, quase 7% maior que o de um ano atrás, também favorecido pelo câmbio.

Os embarques de farelo de soja recuaram 24,3% em relação ao mês anterior, mas subiram 35,3% frente ao mesmo período do ano passado, chegando a 685,50 mil toneladas. O preço de exportação foi de R$1.235,03/tonelada, 2,6% menor que o de fev/14.

Em fevereiro, houve vários registros de negócios realizados nos portos. O Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&FBovespa, que é baseado em negócios realizados na modalidade spot, referentes ao grão depositado no corredor de exportação de Paranaguá, teve aumento de 7,9% entre 30 de janeiro e 27 de fevereiro, com fechamento a R$65,84/sc de 60 kg. Ao ser convertido para dólar (moeda prevista nos contratos futuros da BM&FBovespa), foi de US$23,05/sc de 60 kg, elevação de 1,4% na mesma comparação.

Na BM&FBovespa, o contrato Maio/15 (primeiro vencimento) registrou aumento de 3,8% entre 30 de janeiro e 27 de fevereiro, fechando a US$22,56/sc de 60 kg no dia 27. O dólar registrou expressivo aumento de 6,4% de um mês para o outro. A média de fevereiro foi de R$2,82/US$ -  a maior desde outubro de 2004.

A média ponderada da soja no estado do Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ, recuou expressivos 7,2%, a R$61,71/sc. Na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, as altas foram de 10,8% no mercado de balcão (pago ao produtor) e de 9,8% no de lotes (negociações entre empresas).

As cotações do óleo de soja (posto na cidade de São Paulo com 12% de ICMS) registraram aumento de 3,9%, fechando a R$2.185,79./tonelada no último dia útil de fevereiro. Para o farelo de soja, na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, houve aumento de 5,8% no mesmo período.

O inverno rigoroso e a forte nevasca no Meio-Oeste dos Estados Unidos geraram especulações sobre atrasos ou até mesmo interrupções das entregas dos produtos norte-americanos. A forte recuperação dos contratos futuros de petróleo também elevou os preços do óleo de soja - uma das principais matérias-primas para a produção de biocombustíveis. Com a forte demanda interna e externa e sinais de que a área a ser cultivada nos Estados Unidos na próxima temporada possa ficar entre estável e menor que a do ano anterior, os preços subiram com força entre 30 de janeiro e 27 de fevereiro.

Com isso, entre 30 de janeiro e 27 de fevereiro, o vencimento Mar/15 na CME Group (Bolsa de Chicago) para a soja em grão registrou significativa elevação de 7,3%, fechando a US$10,3075/bushel (US$22,72/sc de 60 kg) no último dia do mês. Para o farelo de soja, o contrato Mar/15 avançou 7,2% no mesmo período, a US$353,70/tonelada curta (US$389,88/t). No mercado de óleo de soja, o primeiro vencimento (Mar/15) teve significativo aumento de 9,3%, indo para US$0,3280/lp (US$723,11/t) no dia 27 de fevereiro.


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