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Scot Consultoria

CEPEA - soja


Quinta-feira, 26 de junho de 2014 - 17h30

O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA) é parte do Departamento de Economia, Administração e Sociologia (DEAS) da Esalq/USP.


Enquanto os preços internacionais da soja caíram no correr de maio diante da expectativa de safra recorde nos Estados Unidos, no Brasil, os valores do grão tiveram leves oscilações.


No início do mês, parte dos produtores nacionais esteve mais interessada na venda da soja, fazendo com que compradores ofertassem preços menores para aquisição do grão. Já na segunda quinzena de maio, o ritmo de negócios no mercado brasileiro esteve mais aquecido, puxado pela firme demanda, tanto doméstica quanto externa, impulsionando os valores do grão.


Na tentativa de atrair o comprador, em maio, cresceu o número de vendedores que negociou a soja, especialmente para exportação, com prazo de pagamento de 20 a 35 dias e, em alguns casos, de 45 dias. Geralmente, as negociações envolvendo a soja têm o pagamento realizado em até 72 horas após a entrega do grão. Essas transações foram realizadas em dólar - com câmbio futuro referente à data de pagamento pré-fixado.


A concessão de prazo de pagamento mostra que parte dos vendedores esteve receosa com a movimentação dos valores nos próximos meses. A sazonalidade de preços no Brasil aponta que, tradicionalmente, as vendas no segundo semestre tendem a ocorrer a preços maiores que os observados no primeiro semestre. Porém, neste ano, agentes brasileiros estão atentos à possível produção recorde nos Estados Unidos na temporada 2014/15, que pode pressionar as cotações no segundo semestre deste ano. O volume previsto inicialmente pelo USDA para a oferta norte-americana é de 98,9 milhões de toneladas.


Atualmente, os estoques do grão nos Estados Unidos estão muito baixos, estimulando as exportações brasileiras. Em maio, o Brasil exportou 7,6 milhões de toneladas de soja em grão, volume 7,8% abaixo do de abril e 4,0% inferior ao de maio/13, de acordo com dados da Secex. Porém, no acumulado deste ano, os embarques totalizam 27,9 milhões de toneladas, volume 27,1% maior que nos cinco primeiros meses de 2013.


As exportações de óleo de soja em maio foram de 111,5 mil toneladas, 3,8% menores que as de abril, segundo dados da Secex. Em 2014, as exportações somam 448,4 mil toneladas, 10% a mais que as do ano anterior. Quanto ao farelo, os embarques totalizaram 1,42 milhão de toneladas em maio, volume 6,7% superior ao de abril e 2,8% acima do de maio/13. Na parcial de 2014, os embarques somam 4,9 milhões de toneladas, 7,6% maiores que os de janeiro a maio de 2013.


Quanto às negociações no Brasil, especificamente no Paraná, o Seab/Deral estima que 64,0% da produção, de 14,5 milhões de toneladas, já havia sido negociada até o final de maio. Em Mato Grosso, principal estado produtor de soja do Brasil, o Imea apontou que 81,4% da produção, de 27,3 milhões de toneladas, havia sido comercializada até o final do mês.


Considerando-se as regiões pesquisadas pelo Cepea, entre 30 de abril e 30 de maio, as médias de preços subiram 0,2% no mercado de balcão (ao produtor) e 1,0% no de lotes (negociações entre empresas).


Em maio, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&FBovespa, que é baseado em negócios realizados, recuou ligeiro 0,1%, a R$71,41/sc de 60 kg no dia 30. Ao ser convertido para dólar (moeda prevista nos contratos futuros da BM&FBovespa), o Indicador foi de US$31,88/sc de 60 kg, leve baixa de 0,3% no mesmo período. A média ponderada das regiões paranaenses, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ, cedeu 0,9% entre 30 de abril e 30 de maio, indo para R$68,48/sc de 60 kg no último dia útil.


Nos Estados Unidos, as condições climáticas favoráveis às lavouras foram as responsáveis pela queda nos contratos da CME Group (Bolsa de Chicago). O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) apontou que, até o final de maio, 78,0% do total da área a ser cultivada com soja havia sido semeada, ante 55,0% no mesmo período de 2013 e 70,0% na média dos últimos cinco anos. Do total semeado, 50,0% do grão havia emergido até o período, contra apenas 29,0% em 2013 e 45,0% na média dos últimos cinco anos.


Diante disto, na CME Group, o contrato Jul/14 da soja em grão finalizou a US$14,9325/bushel (US$32,92/sc de 60 kg) no dia 30, queda de 2,4% no mês. O mesmo vencimento para o farelo de soja finalizou a US$500,20/tonelada curta (US$551,37/t), recuo de 0,7%. O contrato Jul/14 do óleo de soja se desvalorizou expressivos 9,1% entre 30 de abril e 30 de maio, a US$0,3850/lp (US$848,77/t) no final de maio.


O prêmio de exportação de soja em grão para embarque em jun/14 foi cotado a -36 centavos de dólar para o comprador e a -30 centavos de dólar para o vendedor, no dia 30, com leve elevação em relação ao final de abril. O valor FOB da soja para o mesmo embarque, por Paranaguá, foi calculado a US$32,29/sc de 60 kg no dia 30, retração de 0,4% (em dólar).


Para o farelo de soja, o valor FOB subiu leve 0,1% no mês, a US$525,69/t em 30 de maio. O valor FOB para embarque em jun/14 caiu 3,4% entre 30 de abril e 30 de maio, a US$856,72/t no dia 30.



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