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Scot Consultoria

Impacto das baixas temperaturas na sobrevivência do milho


Sexta-feira, 24 de maio de 2013 - 15h21

graduanda em engenharia agronômica e analista júnior da Scot Consultoria.


Embora ainda seja cedo para determinar como o milho já plantado nos Estados Unidos (2013/2014) irá responder ao clima, o efeito das baixas temperaturas deve ser desprezível para a maior parte das lavouras.


Nos últimos anos, observou-se que o milho plantado mais cedo, cujo período que vai da germinação até o estádio V1 passou por frentes frias, sobreviveu às baixas temperaturas do solo, com pouco impacto sobre o desempenho da cultura.


O estádio V1 da cultura do milho é identificado pelo aparecimento da primeira folha e é também quando se inicia o alongamento das primeiras raízes.


Em condições normais de campo, as sementes iniciam a absorção de água e aumentam de volume, fenômeno que deve acorrer aproximadamente em cinco dias após a semeadura. Em condições de baixa umidade do solo ou temperatura deficiente, a germinação pode demorar em torno de duas semanas.


Após um inverno rigoroso e frentes frias concentradas em abril, a temperatura do solo manteve-se mais baixa que de costume para esta época do ano. O ideal é que o plantio de grãos ocorra com o solo entre 20ºC e 35ºC. Entre 12ºC e 20ºC, as sementes demoram a sair da dormência, mas não morrem. Em vez de germinar em cinco dias, levam o dobro do tempo ou mais.


O frio foi determinante para o atraso do início do plantio nesta temporada nos Estados Unidos. A temperatura do solo só começou a ficar viável a partir do final de abril.


De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até o dia 19 de maio o país semeou 71,0% da área prevista para o milho. Em relação à safra passada, os trabalhos estão 24,0 pontos percentuais atrasados. No mesmo período do ano passado, 95,0% da área estimada para o cultivo de milho já havia sido semeada.


Quanto à emergência das plântulas, apenas 19,0% delas emergiram até o momento. Neste mesmo período do ano passado, 73,0% havia emergido.


Se no ano passado o problema foi a seca, esse ano o entrave tem sido a chuva. As precipitações em excesso nas últimas semanas foram fator decisivo no impedimento da entrada das máquinas no campo.


Para as próximas semanas, a previsão é de chuvas leves a moderadas nos Estados Unidos. No entanto, o corn belt (cinturão do milho), que é responsável por 79,0% da produção de milho do país e 76,0% da soja, deve ser a região mais afetada, com precipitações de até 101,6mm.


Na figura 1 está a previsão de temperatura para os próximos dias nos Estados unidos.



O conteúdo das células das plantas de milho permite que a temperatura do solo chegue 0°C antes de congelar o tecido. Contudo, se a temperatura atingir -2°C, dificilmente a planta sobrevive, mesmo que exposta por apenas alguns minutos.


Além disso, os efeitos das baixas temperaturas na germinação são muito mais graves quando combinados com neve, ou mesmo chuvas geladas.


A água fria que é absorvida pode causar ferimentos nas estruturas das mudas, que ainda estão muito frágeis. Essas lesões acabam promovendo o aborto de radículas, além do atraso na germinação e consequente irregularidade no crescimento da lavoura.


Se este dano fisiológico é combinado com outros fatores, como condição de solo saturado ou alguma doença nas plântulas, o que não é difícil ocorrer, o potencial para problemas na emergência das plântulas passa a ser generalizado.


A baixa temperatura do solo limita a absorção dos nutrientes, o que retarda o crescimento da planta de milho. No entanto, a adequada aplicação de fertilizantes no sulco de plantio, desde que não entre em contato direto com as sementes, ameniza essa deficiência de crescimento.


E não é só a demora no crescimento que é incômoda aos produtores. Se a semente de milho demora mais para germinar, bem como se a plântula apresenta crescimento lento, ela está mais propensa às adversidades ambientais, como o ataque de patógenos.


 


Para avaliar o impacto das temperaturas baixas no desenvolvimento do milho, analisam-se as plântulas por volta de cinco dias após o ocorrido, de preferência se as condições climáticas extremas já não estiverem ocorrendo.


Um novo tecido foliar deve ter brotado. O nó também pode ser observado: se houver gemas de cor clara (brancas a amareladas), as chances de recuperação da planta ainda são boas.


Fonte: C.O.R.N. Por Peter Thomison. Traduzido, adaptado e comentado por Maisa Modolo Vicentin. 24 de maio de 2013.



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