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CEPEA - Soja

Os preços da soja em grão caíram na maior parte de abril no mercado interno.


Os preços da soja em grão caíram na maior parte de abril no mercado interno. A pressão veio da safra nacional em nível recorde, de problemas de estocagem e transporte de grãos no Brasil e também de informações do USDA indicando estoques norte-americanos maiores que o esperado. Além disso, os valores no Brasil também foram influenciados pelas quedas no preço internacional e pela baixa dos valores FOB.

Entre 28 de março e 30 de abril, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (produto transferido para armazéns do porto de Paranaguá), em moeda nacional, caiu 3,2%, a R$60,00/saca de 60 kg no dia 30. Em dólar, moeda prevista nos contratos futuros da BM&FBovespa, fechou a US$29,97/sc de 60 kg, recuo de 2,3%. A média ponderada das regiões paranaenses, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ, finalizou a R$56,52/sc de 60 kg, queda de 1,8%. Ao se considerar a média do conjunto de praças acompanhadas pelo Cepea, no mercado de balcão (ao produtor), houve leve recuo de 0,8% e no de lotes, de 0,2%.

Com os problemas nos portos nacionais, a demanda por soja brasileira diminuiu em abril. Consequentemente, os prêmios no Brasil caíram, como forma de atrair compradores externos. No final de abril, o prêmio para embarque em Maio/13 chegou a ser o mais baixo em 60 meses - desde maio/2008.

Não é de hoje que o Brasil tem dificuldade em escoar soja no período de safra e, diante de uma colheita excepcional como a da atual, os problemas se agravam. Os navios têm esperado cerca de dois meses para conseguir entrar no corredor de exportação no porto de Paranaguá (PR), que é a base de formação de preço no Brasil. Muitas empresas brasileiras, preferiram pagar o frete mais elevado e escoar o grão por outros portos, principalmente pelo de Rio Grande - o qual exportou volume recorde em abril. Nesse cenário, importadores sinalizaram possibilidade de aquisição de soja de outros países, como da Argentina.

Enquanto no Brasil a colheita caminha para a reta final, na Argentina, os trabalhos de campo se aproximaram de 70% da área no final de abril, segundo dados da Bolsa de Cereales. Com a maior disponibilidade de grão argentino, importadores migraram. Outro fator que influenciou a menor demanda por soja em abril foi a gripe aviária nos países asiáticos, que sinaliza redução no consumo de soja e de farelo para ração animal. Com isso, a China - maior importador de soja mundial - reduziram os negócios.

No Brasil, como o clima foi favorável ao desenvolvimento das lavouras na média das regiões, o ganho de produtividade também foi expressivo, de 11,5%. Segundo a Conab, as perdas de produtividade ocorreram apenas no Norte e Nordeste, com destaque para a região do Mapitoba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), que foram afetadas pela estiagem. O cerrado piauiense e o oeste baiano apresentaram reduções recordes em comparação com a temporada anterior, de 31,3% e 21,1%, respectivamente. Sendo assim, a produção nacional deve crescer 23,4%, para a máxima de 81,9 milhões de toneladas nesta temporada. Somente no Sul do Brasil, o ganho deve ser de 58%.

Além do Brasil, a produção na Argentina, Paraguai e Uruguai devem crescer de forma expressiva na safra 2012/13. Na Argentina, a produção de soja deve ser de 51,5 milhões de toneladas, contra 40,1 milhões na safra anterior. O Paraguai deve passar de 4,4 milhões de toneladas para 8,4 milhões de toneladas de 2011/12 para 2012/13.

Quanto aos preços na Bolsa de Chicago (CME/CBOT), entre 28 de março e 30 de abril, o vencimento mai/13 subiu 4,5%, finalizando a US$14,67/bushel (US$32,36/sc de 60 kg).O farelo de soja com o vencimento mai/13 fechou a US$428,3/tonelada curta (US$472,12/t), com forte valorização de 5,9%. Já para o óleo de soja, o contrato mai/13 foi de US$0,4913/lp (US$1.083,12/t), queda de 2%.

Para os prêmios, o embarque jun/13 por Paranaguá foi calculado a US$30,79/sc de 60 kg, queda de 1,7% no acumulado do mês. Para os derivados, o valor FOB do farelo de soja para embarque em Mai/13 foi calculado em US$441,03/t no dia 30 de abril, aumento de 3,4% no acumulado do mês. Já para o óleo de soja, o embarque em Mai/13 fechou a US$997,59/t, queda de 1,7% no mês.

Na BM&FBovespa, o vencimento Maio/13 fechou em US$29,92/sc de 60 kg no dia 29 - último dia de liquidez para este contrato, com queda de 1,3% em abril. O contrato Nov/13 finalizou a US$27,22/sc, recuo de  2,7%.

Para os derivados, os preços do óleo de soja - o produto posto na cidade de São Paulo com 12% de ICMS - finalizou o mês em R$2.208,82/t, com queda de 1,9%. Já para o farelo, na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, os valores apresentaram recuo de 2% entre 28 de março e 30 de abril.

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