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Scot Consultoria

Milho – agosto


Quinta-feira, 13 de setembro de 2012 - 17h33

O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA) é parte do Departamento de Economia, Administração e Sociologia (DEAS) da Esalq/USP.


Os preços do milho tiveram menores oscilações no correr de agosto, mas seguiram firmes na média das regiões. As divergências entre perspectivas quanto aos preços para os próximos meses levaram ao acirramento da "queda de braço" entre compradores e vendedores, diminuindo a liquidez. Mesmo assim, nas regiões compradoras líquidas de São Paulo e nas deficitárias de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e do Nordeste, ocorreram valorizações. Já as praças com importância na oferta do milho segunda safra tiveram quedas de preços.


Quanto às exportações de milho, que normalmente ganham força entre agosto e setembro de cada ano, quando a colheita das lavouras de segunda safra está caminhando ao final e os excedentes são mensurados mais claramente, neste ano, já iniciaram em julho e ganharam força em agosto, sinalizando que o ritmo de embarques deste semestre será realmente intenso.


Em agosto, o Brasil exportou 2,76 milhões de toneladas de milho, volume 62% superior ao de julho e de expressivos 81,2% a mais que em agosto/11, conforme indicam dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior). No acumulado do ano, o Brasil já embarcou 6,3 milhões de toneladas, 37% acima do volume do mesmo período de 2011, gerando receita de US$1,7 bilhão. Mesmo assim, no ano, o preço médio recebido está em US$ 267,73/t, 3,1% inferior ao valor médio dos primeiro oito meses de 2011.


Para os próximos meses, a expectativa é de que os volumes a serem exportados sigam elevados, o que pode fazer com que o Brasil registre recorde na quantidade embarcada - há sinalização, inclusive, de negócios com destino aos Estados Unidos, onde as lavouras foram bastante afetadas pelo clima e a oferta deve ser reduzida nesta temporada. Caso o Brasil registre exportação recorde, seria um alívio aos produtores de milho de segunda safra, que devem colher volume recorde nesta temporada. Em Mato Grosso, os excedentes de milho são expressivos, assim como a escassez de armazenagem. Por outro lado, há expressiva preocupação de estados deficitários, especialmente os do Norte e Nordeste e o Rio Grande do Sul. Nesse sentido, já está havendo intervenção governamental para levar o milho para estas regiões deficitárias - foi anunciado, inclusive, o apoio do exército no transporte do milho, devido ao pouco interesse de caminhoneiros privados.


No final do mês, no porto de Santos, o line-up sinalizou que os navios que estavam registrados com embarques atrasados desde início de julho tiveram regularização, enquanto em Paranaguá ainda havia navios com registro de embarque de início de julho. No porto de São Francisco do Sul, em Santa Catarina, os registros sinalizaram ritmo normal das atividades. No geral, o retorno das atividades dos funcionários que estavam em greve deve contribuir para normalização das atividades.


Quanto aos preços, em agosto, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas-SP) caiu leves 0,5%, fechando a R$33,03/saca de 60 kg no dia 31. Se considerada a taxa de desconto NPR, também na região de Campinas, o preço médio à vista foi de R$32,50/sc de 60 kg no ultimo dia do mês, com baixa de 0,8%.


No conjunto das regiões acompanhadas pelo Cepea, em agosto, os preços médios subiram 2% no mercado de balcão (ao produtor) e 1,2% no de lotes (negociação entre empresas).


Em Mato Grosso, a falta de armazéns disponíveis para acondicionar a safra deixou produtores em estado de alerta em agosto. Como pode chover a partir do início de setembro, a preocupação é quanto ao grande volume armazenado externamente e suscetível às variações climáticas.


Os trabalhos de colheita haviam sido praticamente finalizados no Centro-Oeste até o final de agosto, enquanto seguiam para o final no Sul e Sudeste. Ao mesmo tempo, aos poucos, se intensificaram os trabalhos de cultivo da nova safra no Sul do país. Para o Rio Grande do Sul, dados da Emater sinalizaram que, para o milho, há expectativa de redução de 5,6% na área cultivada em 2012/13, para 1,06 milhão de hectares. Se a produtividade ficar na média dos últimos 10 anos, a oferta do estado pode chegar a 5,06 milhões de toneladas, 57,1% acima do obtido em 2011/12.


Na BM&FBovespa, em agosto, os contratos tiveram expressivas quedas, com o vencimento set/12 cedendo 6,2%, para R$32,93/sc de 60 kg no dia 31. O contrato nov/12 caiu 4,7% no mês, passando para R$33,79/sc de 60 kg no dia 31.


No mercado externo, o avanço da colheita norte-americana pressionou os valores do grão em alguns momentos. Agentes divergiram quanto à produtividade a ser obtida nos Estados Unidos, assim como se a demanda terá redução diante dos atuais patamares de preços.


Em agosto, o contrato set/12 na CME/CBOT (Bolsa de Chicago) caiu leves 0,5%, passando para US$8,0275/bushel (US$316,02/t) no último dia do mês. O vencimento dez/12 desvalorizou 0,7% no mês, indo para US$7,9975/bushel (US$314,84/t) no dia 31.


De acordo com o relatório semanal do Crop Progress (divulgado pelo USDA) divulgado no final do mês, 26% da safra norte-americana apresentava condição muito ruim, 26% condição ruim, 26% condição média, 19% boas condições e 3% condição excelente. Sobre a colheita, até o domingo (26) os trabalhos de campo chegavam a 6% do total, acima dos 2% da mesma data do ano passado.



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