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Scot Consultoria

Não importa quem é o mentiroso. Importa quem é o incompetente


Quinta-feira, 6 de setembro de 2012 - 17h15

Amazônida, engenheiro agrônomo geomensor, pós-graduado em Gestão Econômica do Meio Ambiente (mestrado) e Geoprocessamento (especialização).


Deputado Ronaldo Caiado sobre a ministra das Trombadas Institucionais Ideli Salvatti que negou que o governo tenha participado do acordo que viabilizou a votação da MP do Código Florestal na Comissão Mista.

"Esse processo foi produzido pelo Luiz Henrique e pelo Jorge Viana, mas foi conduzido pela Ideli. O tempo todo eles diziam que a posição era do governo, eles conversavam com a Ideli e depois apareciam com o texto pra gente. Agora, ela quer crucificar o Jorge e o Luiz Henrique. Não quer assumir."

Deputado Ronaldo Caiado completando a informação sobre a ministra das Trombadas Institucionais.

"Não posso afirmar que a ministra Ideli tinha conhecimento das negociações. Agora, durante todo o dia em que houve esse vai e vem, eu tinha vários assessores do governo no meu gabinete acompanhando as conversas. Alguns até participaram da redação da proposta."

Senador Luiz Henrique da Silveira, relator da matéria na Comissão Mista, também sobre a ministra das Trombadas Institucionais, Ideli Salvatti.

"Sou amigo e irmão do senador Luiz Henrique. Agora, se ele me disser que houve isso, que tinham assessores, vou dizer: não é verdade, senador."

Senador Jorge Viana, do PT, sobre a declaração anterior do senador Luiz Henrique da Silveira antes de falar com o senador Luiz Henrique da Silveira. Depois de falar com Luiz Henrique, Viana voltou atrás.

Em tempo, essa discussão sobre a participação do governo é completamente sem importância. Se o governo não participou das negociações que viabilizaram a votação na Comissão Mista foi por incompetência de Ideli.

O fato é que o governo não queria que o texto da MP fosse alterado, mas não tinha voto para garantir o texto. A maioria queria mudança e nas democracias, felizmente, as coisas funcionam assim: quem tem maioria leva. Essa situação já seria de difícil solução nas mãos de um político hábil. Nas mãos de Ideli, que é uma articuladora política beócio, tornou-se impossível.

Ideli limitou-se a ordenar que a Comissão não alterasse o texto. Como ela não é um ditador, foi solenemente ignorada pelos deputados. Como o governo não queria a queda da MP e diante da incompetência de Ideli em articular uma solução, parlamentares ligados ao governo o fizeram.

Se Dilma reconhecesse que sua articuladora política é um poste teria agradecido a solução encontrada pelos parlamentares na Comissão Mista, avaliado as consequências das alterações no texto com os técnicos dos ministérios envolvidos e buscaria uma solução. Mas ao interpelar Ideli publicamente através de um bilhete sobre um acordo que desconhecia a presidente provocou em sua ministra uma reação muito comum em pessoas incompetentes cobradas por seus chefes: negação tempestiva.

A reação histérica de Ideli ao bilhete de Dilma criou o impasse que derrubou a MP do Código Florestal. O governo saiu derrotado e as consequências se abaterão sobre os produtores rurais.

Se a presidente quer salvar a MP deve começar entregando a cabeça de Ideli ao Legislativo. A partir daí talvez seja possível construir um acordo que salve a reforma do Código Florestal.



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