• Sábado, 27 de abril de 2024
  • Receba nossos relatórios diários e gratuitos
Scot Consultoria

Bilhete de Dilma é resultado da inépcia de Ideli


Terça-feira, 4 de setembro de 2012 - 10h16

Amazônida, engenheiro agrônomo geomensor, pós-graduado em Gestão Econômica do Meio Ambiente (mestrado) e Geoprocessamento (especialização).


Na última sexta-feira (31/8) a ministra da Secretária de Relações Institucionais, Ideli Salvatti esteve em Palhoça, na grande Florianópolis. Perguntada pelos jornalistas sobre o bilhete da presidente Dilma cobrando as duas ministras, Ideli Salvatti e Izabella Teixeira, do Meio Ambiente, sobre a votação do Código Florestal na Comissão Mista. Ideli mentiu.


Ideli disse aos jornalistas que acompanhou o andamento das negociações "até o último minuto", mas que a maioria dos ruralistas conseguiu a manobra. Segundo Ideli, não houve falhas na condução da votação da Medida Provisória 571/12 do Código Florestal na Comissão Especial. Foi tudo culpa dos ruralistas.


"De jeito nenhum faltou acompanhamento. Eu estive pessoalmente, minutos antes da votação, para reiterar que o governo não admitiria mexer no equilíbrio socioambiental, que é, quem tem menos terra recupera menos, quem tem mais terra recupera mais. E eles mexeram. Só para você ter uma ideia, a mexida na "escadinha" aconteceu minutos antes de entrar na votação final", disse Ideli ao jornal O Globo.


Eu estive no Congresso durante toda a semana de votação do Código Florestal e não vi Ideli por lá uma única vez. Sequer ouvi boatos ou rumores de que ela estivesse envolvida com qualquer aspecto da negociação.


Segundo Ideli, foi a maioria de ruralistas que fez valer a mudança. Ideli acredita, no entanto, que será possível retomar o debate antes das votações no plenário da Câmara Federal e do Senado. "Nós tivemos um impasse muito grande, uma intransigência muito grande dos ruralistas, se aproveitando da correlação. Eu estou convencida que é possível retomar o debate e reverter no plenário da Câmara e Senado, até porque a correlação na Comissão muito favorável, eu diria, aos ruralistas, algo que não deverá acontecer na Câmara e no Senado."


Tenho dificuldades para entender como a presidente Dilma mantém um brucutu como Ideli nas Relações Institucionais. Poucas pessoas são mais incompetentes do que Ideli para fazer esse trabalho. Ela pode ter outras qualidades, mas articulação política está longe de ser uma delas. A mulher é um paquiderme numa loja de louça.


O que Ideli chama de ruralistas, como se fossem um bando de políticos do mal que querem prejudicar o país, fazem parte da sua própria base de governo. Ideli está usando o rótulo de ruralista para escamotear a própria inépcia. A atuação da ministra na votação do Código Florestal se limitou a comunicar à base que o governo não queria alterações na MP.


Mesmo depois de assistir o Congresso alterar o Código Florestal por maioria absoluta em votações sucessivas, em alguns casos por ampla maioria, com votos de todos os partidos, da base e da oposição, o governo ainda não entendeu que o Congresso é soberano nesse tema. A reforma do Código Florestal não é uma questão de base versus oposição. É uma questão de Brasil contra o ambientalismo irresponsável que grassou no Brasil nos últimos anos.


Ideli derrubou Cândido Vaccarezza da liderança do governo na Câmara, porque botou nele a culpa pelo descontrole da base nesse tema. Agora Ideli achou outro culpado, os ruralistas. A leitura da ministra brucutu é absolutamente equivocada nesse tema e foi por não entender a conjuntura que o governo imaginou que poderia enviar o texto ao Legislativo e exigir que ele não fosse alterado. Pelas declarações de Ideli na última sexta-feira (31/8), a ficha dela ainda não caiu e ela fará o governo insistir no equívoco.


Depois de acordar para o problema com o bilhete da presidente, Ideli deve atuar fortemente na próxima semana quando a MP do Código Florestal precisará ser aprovada no plenário da Câmara. Depois da votação na semana passada o caminho estava pavimentado para a aprovação da MP antes do fim da sua vigência em 8 de outubro. Mas o bilhete da presidente e a reação histérica de Ideli podem trazer de volta o clima e impasse e quem perde com isso é o setor rural.


A leitura bisonha de Ideli em relação ao tema do Código Florestal pode levar o governo a preferir a queda da MP. Isso porque, ao contrário do que supõe a ministra Brucutu, o governo não terá votos para retomar o texto da MP na Câmara e o Senado não poderá alterar o texto porque isso forçaria uma nova votação na Câmara e não há tempo hábil para isso.


O governo só tem duas opções, ou força a base a votar e aprovar o texto como está, ou racha a base e derruba a MP. Se optar por derrubar a MP o governo terá que enfrentar esse tema novamente no próximo ano e o setor rural continuará refém da insegurança jurídica.


Além de todas as dificuldades no caminho da reforma do Código Florestal ainda precisaremos enfrentar uma ministra que não tem a menor ideia da situação.


Em tempo, de quebra vejam mais uma evidência de Ideli está por fora nessa confusão do Código Florestal. Segue um twit do senador Jorge Viana, do PT, base do governo, ligado a Marina Silva e que pode ser acusado de qualquer coisa, menos de ser ruralista. 



Como se o fato de a presidente da República ter que pedir informações sobre o assunto através de um bilhete já não fosse evidência suficiente da inoperância da secretaria de Ideli.



<< Notícia Anterior Próxima Notícia >>

Buscar

Newsletter diária

Receba nossos relatórios diários e gratuitos


Loja