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Scot Consultoria

Ecologistas ou sabotadores?


Segunda-feira, 30 de julho de 2012 - 09h06

Amazônida, engenheiro agrônomo geomensor, pós-graduado em Gestão Econômica do Meio Ambiente (mestrado) e Geoprocessamento (especialização).


Ao apertar um interruptor, o brasileiro aciona o sistema integrado de energia elétrica, um complexo que engloba todas as regiões do país e opera hoje, em quase sua totalidade, com energia gerada nas hidrelétricas.


Uma geração que em passado muito recente era aclamada como limpa e renovável. Mas que ultimamente vem enfrentando a resistência de ecologistas dentro e fora do país.


A verdade é que o Brasil vem assistindo a uma série de protestos orquestrados por entidades ambientalistas - muitas das quais com ramificações internacionais - contra a construção de hidrelétricas.


Até astros de Hollywood tem desembarcado por aqui, megafone em punho, bradando contra nossa forma de gerar energia. Afinal, o que acontecesse com a matriz energética brasileira? Por que, não mais do que de repente, os ambientalistas resolveram torcer o nariz para a hidroeletricidade?


A palavra, para começar a desembaralhar o mistério, é competitividade. A outra é inveja do grande potencial hidroelétrico brasileiro. Aliás, o Brasil é - privilegiadamente - o único no mundo que pode compor cem por cento de sua matriz energética por meio da hidroeletricidade, enquanto os demais países não podem prescindir de outros meios.


E o mundo sabe que a hidroeletricidade - renovável e barata - dá ao Brasil um plus na redução do custo produtivo - uma característica que, em setores como a siderurgia, por exemplo, poderia transformar o país em um líder mundial.


Escondido sob o manto da preocupação ecológica pode estar aí a verdadeira razão das insurgências contra as hidrelétricas. Paralelo as ações ecológicas, assistimos lobbies pesados para que o país altere paulatinamente sua matriz energética, migrando para as termoelétricas (mais caras e movidas a combustíveis fósseis com alto potencial de poluente), sob o argumento de que podem ser acionadas em momentos de seca. O lobby se estende, ainda, à defesa da geração eólica e solar. Mas a que custo? Menos poluentes são sim, mas a operação, com a tecnologia disponível atualmente, as inviabilizam para atender grandes demandas.


O que nos leva de volta às hidrelétricas e as seguintes reflexões: primeiro, o fato de que deixamos de fazê-las em tempos de paz, quando a pressão ecológica era mais poética e menos comprometida com os interesses político-econômicos.


Segundo, para alertar sobre os reais interesses que movem os ataques contra as hidrelétricas. Os ambientalistas que me perdoem, mas os protestos não acontecem por acaso. Nem se resumem a sustentabilidades ecológicas.


Há uma clara instrumentalização para abalar o desempenho da produtividade brasileira. E se há uma guerra em curso no mundo, ela se desenrola- furiosamente - nas disputas pelo comércio exterior. E as armas usadas nem sempre são limpas: vale um dumping, as flexões cambiais e até as sabotagens.


E é sabotando nossa matriz energética que nossos concorrentes esperam estreitar os espaços do Brasil e desequilibrar a balança comercial do país. É hora de acender a luz e enxergar a verdade: estamos diante de ecologistas ou sabotadores?


Fonte: Correio da Paraíba.



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