Economista, especialista em engenharia econômica, mestre em comunicação com a dissertação “jornalismo econômico” e doutorando em economia.
Os números referentes ao desempenho econômico brasileiro são alarmantes. Com a crise econômica internacional, de um crescimento projetado para este ano na ordem de 4,5%, ocorreram revisões para baixo, chegando, em projeções do mercado financeiro, a menos de 2%.
Uma desaceleração que tem forçado às empresas a reverem suas estratégias de vendas para este ano.
Evidentemente que alguns setores são mais afetados que outros, mas ninguém está imune, portanto, cada um sentirá e já vêm sentido esses reflexos.
O que fazer em ambiente de incertezas? Antes de responder este questionamento vale relembrar como funciona a dinâmica da gestão das empresas.
De maneira clássica quando pensamos em gestão empresarial trabalhamos com três dimensões: estratégia, tática e operacional.
Se fizermos um comparativo a um ser humano, a estratégia seria o cérebro, o tático os pulmões e o operacional as pernas.
Muitas empresas se perdem na gestão quando permitem que as pernas assumam o comando.
Denominamos de administração de bombeiros, ou seja, vivem apagando incêndios. Imaginem seu cérebro ser comandado pelas pernas. Não faz o menor sentido.
Da mesma maneira que o comando geral não pode se render ao tático somente, os pulmões têm suas funções, mas não podem comandar seu trajeto, seu destino, seu planejamento.
Agora sim podemos responder o questionamento: em ambiente de incertezas é preciso estabelecer uma estratégia clara, objetiva, compartilhada, envolvente e com comprometimento de toda a equipe.
Não há soluções heroicas. É o cérebro funcionando a plena carga.
A tentação inicial é sair cortando custos. Isso tem que ser feito, mas de maneira inteligente e seletiva.
É preciso ter com precisão o ônus dos cortes. Por exemplo: equipe treinada (com conhecimento e cultura da empresa) será afetada em último caso. As oportunidades de redução de custos estão primeiramente em outras áreas. Uma renegociação com fornecedores, com a busca de novos parceiros que ofereçam condições melhores, é um primeiro passo. Analisar retirada pró-labore, custos bancários, gastos operacionais, enfim, envolver a equipe visando economizar em tudo, como já colocado, de maneira inteligente.
O setor de suprimentos deve se alinhar com finanças, com a equipe de gestão de estoques, e em trabalho conjunto, fazer mais com menos.
A palavra é: austeridade.
Na outra ponta criatividade nas vendas. Motivar a equipe mostrando que um não aqui, uma redução nas vendas ali, não podem e não devem afetar o ânimo dos envolvidos. É preciso entender o que o cliente quer e pode neste momento, afinal ele também está sendo afetado pela crise, e compartilhar soluções, como colocado, criativas.
Não é tarefa fácil, mas empresários que sobreviveram à inflação galopante, as crises da década de 1980, as crises do final do século passado e a crise internacional de 2008/2009, sabem muito bem como "tirar leite de pedra".
O fundamental é não ficar parado, sem ação, acreditando que tudo se resolve naturalmente.
Seja estrategista, coloque o cérebro para funcionar e faça a diferença.
Crise pode ser sinônimo de oportunidades, mas é preciso trabalhar para que isso efetivamente seja verdade.
Receba nossos relatórios diários e gratuitos