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Scot Consultoria

Dificuldades da safra americana mudam o panorama mundial


Quinta-feira, 12 de julho de 2012 - 11h16

Engenheiro agrônomo formado pela ESALQ-USP 1976. Consultor - Tecfértil - Vinhedo-SP.


O período de influência climática da safra americana tem mostrado sua cara e um forte efeito sobre a situação das culturas e com isso, alterações significativas nos preços dos produtos agrícolas. O quadro a seguir mostra as condições das lavouras de milho e que sofrem a influência da seca e de altas temperaturas, com apenas 40% das lavouras em condições boas e excelente, contra 48% na semana anterior e 69% no ano anterior, o que mostra a influência do clima neste ano.



O mesmo ocorre com as lavouras de soja, com uma piora na situação comparada com a semana anterior, sendo destacado que somente 40% das áreas encontram-se em situação boa ou excelente, enquanto no ano anterior neste mesmo período o percentual era de 66%.



Esta situação está se refletindo fortemente sobre a perspectiva de disponibilidade dos produtos agrícolas e com isso exercendo pressão sobre os preços agrícolas. O gráfico abaixo mostra quinzenalmente a queda na projeção inicial da produtividade norte-americana de milho e que vai resultar em uma significativa queda na quantidade a ser produzida.



Enquanto o relatório do USDA do mês de junho mostrava uma estimativa de produtividade de 173 sacas de milho/ha (10,4 t/ha) o relatório desta quarta-feira já aponta para uma produtividade de 153 sacas de milho/ha (9,2 t/ha) e para a soja, a estimativa para a produtividade passou para 45,4 sacas/ha contra 48,5 no mês anterior.


Uma das consequências da redução da colheita norte-americana é o aumento dos preços dos produtos agrícolas. Com a elevação dos preços agrícolas aumenta a expectativa para um aumento da demanda no consumo dos fertilizantes para os próximos plantios e com isso, podemos verificar uma nova tendência de aumentos para os preços dos fertilizantes. Este efeito não é direto neste momento, pois os preços dos produtos agrícolas estão em alta em função de uma previsão de queda na produção e não devido a um aumento na demanda dos produtos agrícolas, mas é um forte apelo para os fornecedores aumentarem seus preços e precisamos ver se esta possibilidade encontrará sustentação nas próximas semanas.


Ao contrário da situação das lavouras de milho nos Estados Unidos, no Brasil estamos em plena colheita do milho-safrinha e com obtenção de excelentes produtividades, verificando-se no Mato Grosso na região de Lucas do Rio Verde e Tapurah em geral produtividades acima de 120 sacas/ha, alcançando até mesmo patamares acima de 150 sacas/ha. Com a reação dos preços que está sendo verificada ocorrerá uma excelente remuneração para os produtores e já se verifica uma tendência para a confirmação de um plantio semelhante para a safra 2012/2013 com antecipação da compra de sementes e início das negociações para a compra de fertilizantes.


Nitrogênio


Os preços dos fertilizantes nitrogenados que seguiam em queda mudam de direção diante da forte recuperação dos preços agrícolas no mercado mundial, principalmente milho e soja.



Podemos ver no gráfico abaixo que com a queda dos preços, a ureia já estava próxima aos preços mais baixos no período de um ano e que ocorreu em dezembro/2011, mas devemos esperar o final desta queda e uma nova sequência de altas com os preços futuros já apontando para valores mais elevados.


Fosfatados


Os preços nos principais mercados internacionais estão praticamente estáveis como pode ser visto no quadro abaixo, mas precisamos ficar atentos para identificar qualquer tendência de aumento para estes produtos. A demanda já é mais fraca neste período, ocorrendo principalmente no Brasil e no sul da Ásia que, entretanto, já tem o seu abastecimento garantido por contratos e em patamares de preços mais baixos. A recente alta de preços dos produtos agrícolas deve impulsionar os fornecedores na direção de algum aumento de preço.






Potássio


A sinalização dos fornecedores neste momento ocorre em níveis mais elevados que nos meses anteriores, com a faixa de preço indicada pelos fornecedores entre US$530,00 e US$560,00 por tonelada de cloreto de potássio entregue nos portos brasileiros. Adicionando-se as despesas com o porto, fretes, etc. os preços nos principais mercados já devem ultrapassar US$720,00 por tonelada. Quem ainda precisa comprar potássio deve se mobilizar na procura de preços ainda abaixo disto com as companhias que importam maiores quantidades como Bunge, Mosaic, ADM, Heringer e Fertipar.



Com a recente alta nos preços agrícolas e a necessidade do Brasil em receber ainda um grande volume de Cloreto de Potássio devem ajudar os fornecedores a manter os preços mais altos. Por outro lado, os produtores mundiais devem sentir a menor demanda mundial atual.



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