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Scot Consultoria

O setor privado não pode jogar a toalha


Quarta-feira, 11 de julho de 2012 - 12h21

Economista, especialista em engenharia econômica, mestre em comunicação com a dissertação “jornalismo econômico” e doutorando em economia.


Que o ambiente econômico mundial não é favorável é fato. Que as principais economias do mundo estão convivendo com quedas sucessivas na geração de riqueza, também é fato. Entretanto não é hora de entrar na onda do pessimismo, notadamente os agentes econômicos que operam no mercado brasileiro.


Coloco isso em função de pesquisa divulgada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) a qual aponta que o empresário brasileiro está mais pessimista. A FGV constatou que o setor industrial brasileiro está sem apetite por novos investimentos. É a chamada confiança do investidor, que se apresenta como a menor em três anos.


Os motivos são inúmeros: limitações de recursos a empresa; carga tributária elevada; taxa inadequada de retorno; limitação de crédito; incertezas acerca da demanda; custo do financiamento; entre outros.


Observem que alguns dos argumentos para queda da confiança em investir não estão diretamente ligados a crise econômica internacional. Sempre convivemos, por exemplo, com poucos recursos, com carga tributária, crédito seletivo e muitos outros dos pontos levantados pela pesquisa.


A questão é que há ociosidade na indústria. Os estoques estão elevados. O apetite por consumo por parte da população está menor. O mundo todo diminui demanda por produtos brasileiros, em função de suas próprias crises. Enfim, em um cenário maligno, em que o empresário se vê acuado, pesquisas como estas são potencializadas em seu lado negativo.


Ninguém em sã consciência quer queimar dinheiro. Ninguém vai se aventurar no mercado, posto que a época de mascarar custos e resultados já passou. Com inflação em 40 a 50% ao mês muitos empresários empurravam decisões estruturais com a barriga, e apostavam nos ganhos financeiros (diários) fáceis. A coisa mudou. A ciranda financeira nos moldes dos anos de 1980 não existe mais. Mas uma coisa é certa: o setor privado não pode jogar a toalha.


Pergunto: em que ambiente as empresas saudáveis forjaram seu crescimento? Com juros baixos ou elevados? Com carga tributária nas alturas ou branda? Com crédito farto ou escasso? Com mercado doméstico comprador ou contraído? As respostas todos sabem: o empresário brasileiro foi versátil, soube driblar as adversidades e virou referência internacional na condução de seus negócios.


E é com este espírito que devemos enfrentar este momento.


O mundo sempre conviveu com crises, umas mais agudas outras nem tanto, mas uma coisa é certa: faz a diferença quem transforma ameaças em oportunidades.


É hora de estratégia e não de pessimismo. Jogar a toalha, jamais!



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