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País poderá passar por apagão de combustíveis


Quarta-feira, 4 de julho de 2012 - 15h38

Editor e publisher.


As perspectivas não são exatamente boas para o abastecimento de combustíveis. Falta de senso político do governo federal, de um lado, e de outro a ausência de transparência por parte dos empresários do setor sucroenegético, há uma autêntica queda de braços entre governo e empresários, hoje recheado de multinacionais, e tudo leva a crer que vai sobrar tempestades para os mariscos, ou seja, a patuleia.


País poderá passar por apagão de combustíveis.


Setor sucroenergético sofre com falta de investimentos e pouca transparência com relação às posições do governo.


Com novos planos, a estatal brasileira do petróleo refez suas metas e anuncia que deverá produzir menos petróleo, tendo que substituí-lo pela importação de mais gasolina e do etanol americano ou pelo etanol de cana.


"Na semana passada, a presidente do Brasil autorizou o reajuste do preço da gasolina na refinaria, compensando com a redução do imposto. Ou seja, sem mudar o preço final para o consumidor. Assim, as usinas continuam na mesma situação, já que nenhum reajuste lhes foi repassado", comenta o gestor de risco Arnaldo Corrêa, também diretor da Archer Consulting - empresa com foco em commodities agrícolas.


O Brasil continua tendo um acréscimo anual na demanda por combustível, em razão do aumento nas vendas de veículos. "Mas também mantém a incapacidade operacional de aumentar a produção de petróleo - já que a própria estatal revê suas metas", completa Corrêa.


Em evento, em Londres, investidores se reuniram com representantes do governo brasileiro e com iniciativa privada para discutirem sobre as perspectivas de investimentos para o setor sucroalcooleiro. Havia representantes da comunidade financeira e investidores europeus. Segundo a percepção de muitos sobre os resultados do encontro é de que não existe falta de dinheiro para investir, nem preocupação com a volatilidade do mercado (considerada normal pelos investidores), mas a preocupação está na falta de clareza sobre a rentabilidade do etanol e da bioeletricidade. "Ou seja, a perspectiva de crescimento e investimento é zero se o escuro prevalecer", acredita Arnaldo.


De acordo com ele, a falta de transparência do governo sobre a formação de preço do etanol afugenta investidores, que sabem fazer conta e percebem que em breve haverá um "apagão de combustíveis" no Brasil.


Acontece que o governo federal não percebe que investimentos necessários ao setor sucroalcooleiro para atender à demanda do mercado por etanol só ocorrerão quando os investidores souberem claramente quais as regras do jogo.


"A presidente Dilma Rousseff acha uma afronta que isso aconteça dessa maneira e se incomoda se algum investidor ficou rico. Isso denota arrogância e falta de entendimento sobre como funciona o livre mercado. Acha que rasgar dinheiro está na ordem do dia para os empresários. Talvez por obrigar a estatal do petróleo a fazer o mesmo ao longo desse ano. A presidente não tem boa vontade para com o setor. Tem todo o direito de não gostar do setor, como cidadã. Não pode e nem deve agir dessa forma como suprema mandatária. Deveria tratar o cargo que ocupa com a liturgia que ele merece e o setor para o qual torce o nariz com o respeito de quem provê milhões de empregos diretos e indiretos", arremata Arnaldo.



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