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Scot Consultoria

A grande cilada das ONGs


Terça-feira, 8 de maio de 2012 - 16h09

Amazônida, engenheiro agrônomo geomensor, pós-graduado em Gestão Econômica do Meio Ambiente (mestrado) e Geoprocessamento (especialização).


Sejamos razoáveis, a presidenta Dilma não vetará o novo Código Florestal. Não integralmente como querem os mujahidins do ambientalismo fundamentalista. Ela provavelmente vetará partes do texto e tentará emendá-lo através de Medida Provisória ou Projeto de Lei que terão que ser novamente apreciados pelo Legislativo no futuro próximo.

O jornal O Estado de Minas informou ontem que a Presidenta determinou que os ministros cujas pastas se relacionam com o Código Florestal passem um pente fino no texto final aprovado pela Câmara. Segundo o jornal, Dilma quer que os chefes das pastas de Meio Ambiente, Agricultura e Desenvolvimento Agrário apontem os trechos que devem ser vetados e deem sugestões para cobrir os itens que ficarão sem regulamentação em decorrência dos vetos.

Alguns senadores anunciaram uma articulação para "assessorar" a presidente no tema. Os deputados estão indo pelo mesmo caminho. "Há um consenso e é o melhor caminho finalizar esse projeto com uma discussão conjunta entre Câmara, Senado e o governo", disse o deputado Duarte Nogueira ao Estadão. "Minha preocupação é evitar um desgaste do governo com o Congresso que fará do veto um cabo de guerra", disse o senador Blairo Maggi. Nesse momento estão acontecendo intensas negociações que serão determinantes do texto final.

Minha opinião é a de que não podemos entrar na onda dos ecotalibãs de rede social. Eles têm dinheiro para pagar anúncios nos jornalões, para contratar agentes de mídia social que turbinam a militância cibernética e os fazem parecerem maiores do que são de fato, contam com a simpatia de gente honesta que confia que as ONGs são do bem e lutam contra os destruidores da natureza e se deixam usar contra a agricultura nacional. Mas apesar de todas essas patacoadas eles são apenas uma minoria derrotada numa democracia em franco processo de amadurecimento. Os ecotalibãs foram e continuam sendo apenas uma minoria derrotada.

Nem eles mesmos acreditam que a presidenta Dilma vetará o texto inteiro. Eles sabem que não fará isso. O barulho que as ONGs estão fazendo nas mídias é só uma distração. A verdadeira batalha está acontecendo nos bastidores do Planalto e lá, embora estejam derrotados nas ruas, as ONGs tem Izabella Teixeira e Pepe Vargas, titulares das pastas do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Agrário. O setor rural tem o que? Um ministro fraco, incapaz de fazer frente ao desafio de sustentar um texto que não prejudique o setor rural.

A coisa só não está completamente perdida porque qualquer emenda que os ministros Pepe Vargas e Izabella Teixeira sugiram à Presidenta Dilma com a anuência bovina do Ministro da Agricultura ainda dependerá do crivo do Legislativo. Mas mesmo lá ainda podemos sofrer derrotas.

O senador Blairo Maggi, um mega produtor rural para quem 30 metros de APPs e 20% de RL são um preço justo a pagar pela amizade das ONGs internacionais, quer reconstruir o texto do Senado que prejudica produtores pequenos para quem 30 metros de APPs e 20% é um preço impagável. Outros senadores que usualmente defendem o setor rural estão indo pela mesma linha assim como a bancada o PT na Câmara.

A batalha cibernética nas redes sociais é animada. Quanto mais duro jogarmos também nesse campo mais as ONGs acreditarão que o estratagema está funcionando, mas não podemos perder o foco no batalha principal. É hora de botar pressão no Ministro da Agricultura e nos deputados que estão negociando o texto que tapará o buraco dos vetos parciais que certamente virão.



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