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Scot Consultoria

Ações discriminatórias na maior empresa florestal no Amapá (Amcel)


Terça-feira, 10 de abril de 2012 - 16h24

Engenheiro agrônomo formado pela Esalq – USP e consultor agropecuário.


Em 2010 houve especulações que a empresa seria comprada pelo grupo EBX. O negócio não ocorreu devido aos clones encontrados pelos consultores do grupo serem para produções tardias não havendo assim interesse pelo empresário.


A Amcel é uma empresa florestal que atua no estado do Amapá desde 1976 produzindo cavacos e biomassa. Em dezembro de 2006 passou a ser controlada pelas empresas japonesas Marubeni Corporation e Nippon Paper Industries e mais tarde também pela NYK-Nippon Yusen Kaisha.


A produção anual de cavacos é de 900 mil toneladas, que são processados e exportados para Portugal, Espanha, Itália, Turquia, Finlândia e Japão através do Porto de Santana no estado do Amapá.


Foto 1. Parque de produção da Amcel e ao fundo a foz do rio Amazonas.


Fonte: Amcel


Foto 2. Cavacos de madeira para exportação.


Fonte: Amcel

Com uma área de 60 mil hectares de floresta de eucalipto já plantada, a Amcel planeja ainda investir cerca de 50 milhões de reais até 2014 para a plantação de dez a onze mil hectares ao ano, para assim concretizar seus planos de 130 mil hectares de florestas plantadas e se tornar uma das empresas líderes do setor florestal do norte do Brasil.


Foto 3. Placa que indica financiamentos do BASA para cultivo de eucalipto.


Fonte: Rogério Banin.


Nesta trajetória, a empresa vem superando as dificuldades e as condições adversas de clima e solo, testando cerca de 3 mil clones diferentes, na busca de um clone ideal para produção de fibras que atendam as necessidades de mercado.


O desenvolvimento de pessoas e de tecnologias florestais, bem como a qualidade nas operações são desafios constantes no dia-a-dia da empresa. Com estimativa de vendas anual de 100 milhões de reais e empregando aproximadamente 1 mil funcionários diretos e outros 3 mil indiretos, a empresa se destaca como propulsora do desenvolvimento florestal e industrial do estado, com bases florestais em sete municípios.


Os projetos apresentados pela AMCEL ao governo brasileiro solicitaram um financiamento médio de 550 dólares por hectare plantado; ou seja, 12 milhões de dólares para um total de 22.252 hectares financiados.


Enquanto a AMCEL pediu pelo empréstimo contraído junto a Marubeni Corporation, avaliou sua propriedade com 90 mil hectares plantados com um valor total de 12,5 milhões de dólares.


Sabe-se que o grupo que adquiriu o AMCEL continuou expandindo suas plantações sobre terras federais ou sobre as posses dos pequenos ocupantes acima do rio de Araguari, passando a constitui-se no maior bloco de reflorestamento contínuo do Brasil.


Para resolver parte dos problemas fundiários o Instituto de Meio Ambiente do estado do Amapá (IMAP) está mobilizado em ação discriminatória para, talvez, regularizar as áreas da companhia  ou mesmo devolver  as mesmas a seus verdadeiros donos.


Para isto o Órgão mobilizou grande parte de seu contingente de técnicos, não priorizando assim os demais processos de regularização de áreas.


Ou seja, passados 8 meses, não titulamos nossas áreas agrícolas no estado do Amapá e consequentemente não conseguimos empréstimos para  os manejos agronômicos.


O processo discriminatório é aquele destinado a assegurar a discriminação e delimitação das terras devolutas da União e dos estados-membros, além de separá-las das terras particulares e de outras terras públicas.



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