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Scot Consultoria

Setor lácteo brasileiro procurará agora uma quota para importação de queijos


Quarta-feira, 7 de dezembro de 2011 - 15h14

Zootecnista pela USP – Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA), consultora e pesquisadora do mercado de leite e derivados, boi gordo, reposição, grãos e insumos. Redatora da Carta Leite. Coordenadora do site da Scot Consultoria.


Algumas semanas após o acordo com a Argentina de uma quota mensal de importação de leite em pó proveniente daquele país, o setor leiteiro brasileiro buscará agora um acordo semelhante, mas com os queijos. Para Luiz Esteves Martins, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Queijo (ABIQ), a barreira colocada para o leite em pó argentino não resolve totalmente o problema da entrada de leite no país, uma vez que continua a entrar na forma de queijos, já que não existem obstáculos a este produto. Somente em outubro, as exportações argentinas para o Brasil atingiram 4,8 mil toneladas de queijos frente à média de 1,6 mil toneladas mensais em 2010 e cerca de 150 toneladas em 2006/2007. Para Rodrigo Alvim, presidente da comissão de pecuária leiteira da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), a quota seria uma maneira de controlar esses picos de importação, principalmente para não acontecer em plena safra brasileira. Foi aprovada uma quota de 600 toneladas de queijo por mês e 400 toneladas no caso do soro, na câmara do setor leiteiro. Resta agora começar a negociar com a Argentina, disse Alvim. Se bem que foram feitas algumas tentativas quando se negociava a quota de leite em pó, mas não tiveram êxito. Para o sucesso desta nova negociação Alvim espera que a subcomissão de leite da Câmara dos Deputados apóie novamente o setor, como fez no caso da quota de leite em pó. Os queijos argentinos competem em preço com os brasileiros, agravada pela diferença de câmbio, favorecendo as importações. "A mesma rede de supermercados colocou muçarela argentina nas capitais do Nordeste a R$10,90 o quilo para o consumidor final, enquanto o produto nacional apresenta valores de R$13,90" exemplificou Alvim. Em certas épocas do ano os preços pouco competitivos no mercado de queijo obriga a indústria a destinar sua produção de leite a outros produtos, como o leite UHT que, eventualmente, tem preços mais atraentes. Quando esta estratégia coincide com o período de safra nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, o resultado é a queda dos preços do leite, repercutindo nos preços no produtor. De qualquer forma, quaisquer negociações serão conduzidas a partir de fevereiro, quando a comissão se reúne novamente para monitoramento do acordo entre Brasil e Argentina. O Uruguai vem resistindo à pressão para acordar com o Brasil uma quota para a venda de lácteos, uma situação que parece cada vez mais insustentável. Inclusive, a própria Argentina reclama este acordo. Nos últimos anos, as vendas ao Brasil o tem colocado como um dos dois principais exportadores, junto com a Venezuela, e o crescimento tem sido constante. No acumulado até novembro as exportações para o Brasil praticamente dobraram na comapração com o período de 2010, 99% de crescimento, atingindo US$187,5 milhões, em comparação com US$94,2 milhões do ano passado. No mês passado as vendas para o Brasil voltaram a crescer para quase US$29,0 milhões, representando 39,7% das exportações do setor em valor, seguido pela Venezuela com 28,7%, sendo que em outubro chegou aos US$20,5 milhões. Fonte: Blasinayasociados. Por Damián Morais. 6 de dezembro de 2011. Traduzido e comentado por Jéssyca Guerra, analista júnior da Scot Consultoria.
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