Por Marcus Vinicius de Freitas
Recentemente, a cidade de São Paulo alterou o limite de velocidade, reduzindo a média de 70 para 60 quilômetros por hora, sob a alegação de uma “suposta” melhoria nos níveis de segurança nas vias públicas. Ao mesmo tempo, a Administração Municipal anunciou que gastará R$36,5 milhões, em 2012, na compra de uma quantidade enorme de radares para aumentar a fiscalização. Com esta medida, a Administração Municipal pretende arrecadar quase R$850 milhões com as infrações de trânsito durante o ano.
Poderia a mensagem ser mais inconsistente? Numa cidade cada vez mais lenta, ao invés de se melhorar a qualidade das vias públicas, com obras de infraestrutura e inteligência de tráfego, o governo municipal não só trava a cidade, como cria mecanismos para extorquir, ainda mais, o contribuinte. A afirmação da suposta melhoria na segurança é utilizada para manipular a população, enganada por esse tipo de discurso, sem a devida correspondência na qualidade dos serviços públicos prestados. As ruas continuam sem faixas, esburacadas, com semáforos que não funcionam, enorme deficiência na sinalização e um exército de fiscais ávidos por aumentar a arrecadação de um estado cada vez maior e incompetente.
Há muito tempo se tornou uma prática do estado brasileiro utilizar meias verdades para enganar o contribuinte. Essas meias verdades sempre implicam no assalto ao bolso do cidadão, sem a devida contrapartida. O Brasil se transformou no país da “pegadinha do malandro”, com a administração pública, em todos os níveis, usando-se da suposta melhoria de um determinado aspecto para aumentar a tributação e o tamanho do estado ineficiente.
É preciso o Brasil acordar para o fato de que os impostos e o Custo Brasil sepultarão o futuro do país e de seu grande potencial, agora reconhecido internacionalmente. Enquanto o Brasil for o país da pegadinha e do poder público desonesto, seu futuro e destino estarão seriamente comprometidos.
O que fazer, então? Em primeiro lugar, dizer não à extorsão e à falta de seriedade naquilo que os agentes políticos afirmam. O estado não detém o monopólio da verdade e cabe aos cidadãos questionar toda e qualquer medida que vise unicamente aumentar a arrecadação. Em segundo lugar, os cidadãos precisam organizar-se, coletivamente, no sentido de não pagar pelo peso excessivo do estado. Precisamos, verdadeiramente, de um “
Tea Party” ou, como foi em nossa época colonial, de uma derrama, no sentido de afirmar ao poder público que não é mais possível seguirmos nesse processo de enganos e extorsões.
A seriedade do estado e a responsabilidade com as finanças públicas são o primeiro compromisso de todo governante. Se os partidos políticos não sabem defender esta bandeira, está na hora de o cidadão retomar aquele que é o seu direito: pagar menos impostos e, por aquilo que recolher, ter a devida contrapartida nos serviços públicos. Precisamos de um estado honesto e não um meliante.
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