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Reportagem da CNN sobre o Código Florestal: Brasil busca um equilibro entre agricultura e florestas


Quarta-feira, 21 de março de 2012 - 16h39

Amazônida, engenheiro agrônomo geomensor, pós-graduado em Gestão Econômica do Meio Ambiente (mestrado) e Geoprocessamento (especialização).


Segue abaixo um tradução livre da, por assim dizer, reportagem da CNN: É tempo de colheita no coração do Brasil. Tratores John Deere de última linha colhem vastos campos de soja deixando um trilha de poeira. Produtores preveem uma colheita recorde aqui no Mato Grosso, a nova fronteira agrícola do país. Brasil é o segundo maior produtor de soja do mundo depois dos Estados Unidos e Mato Grosso é responsável por um terço dessa produção. Mas essa é só uma parte do quadro. Mato Grosso tem também vastas áreas de florestas virgem, áreas de uma savana semi-árida e o Parque Nacional do Xingu. A batalha por terra aqui lançou ambientalistas contra produtores rurais. O debate sobre o novo Código Florestal no Congresso está aumentando a tensão da disputa. A ex-ministra Marina Silva diz que se passar a reforma do Código Florestal, ela poderá ser um desastre para a floresta remanescente. É um retrocesso sem precedentes depois de 23 anos de progressos que fizemos, diz Marina Silva à CNN. Quase um quinto das florestas brasileiras foram perdidas desde 1970, mas nos últimos 6 anos, Brasil combateu duramente o corte de florestas, reduzindo o desmatamento em 80%. A nova lei reduz os limites ao desmatamento e anistia desmatamentos ilegais feitos no passado. O lobby do setor rural no Congresso Brasileiro considera que ainda fez pouco para proteger os trabalhadores que ajudaram a transformar o Brasil numa economia forte. Presidente Dilma Rousseff disse que vetaria qualquer lei que anistiasse desmatamentos ilegais, embora a legalização feita no Senado tenha aval do governo. Entretanto, incapaz de forjar consenso no Congresso, o governo tem retardado a votação na Câmara. O novo Código legalizará produtores que desmataram ilegalmente não porque quisessem, mas por outros fatores. O governo pretende concluir a reforma na lei antes de junho quando o Rio de Janeiro receberá a Rio +20. No Mato Grosso muitos fazendeiros apoiam a nova lei. "Eu acho que o Código Florestal resolverá muitos problemas", disse Saulo Cunha, dono de vastos campos de soja e milho em Canarana. Há quarenta anos, Mato Grosso era o velho oeste do Brasil. Era praticamente inabitado, coberto por florestas nativas. Colonizadores foram encorajados pelo governo a povoar e desmatar. Eles ajudaram a transformar o Brasil em um dos maiores fornecedores de alimentos do mundo. Mas hoje a lei exige que uma fração que varia de 20% a 80% dessa terra seja preservada, especialmente nas margens dos rios. Pelo novo Código, fazendeiros que quebraram a lei não terão que pagar multas. Eles poderão se legalizar replantando árvores nativas. Cunha já começou. Mas o novo Código também contém várias saídas que garantem que muitos pastos e campos agrícolas nunca serão reflorestados.
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