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Scot Consultoria

Carta Grãos - Efeito USDA no mercado da soja


Quinta-feira, 15 de março de 2012 - 17h34

Zootecnista pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) - Ilha Solteira. Mestre em Administração de Organizações Agroindustriais pela Universidade Estadual Paulista - UNESP, Campus de Jaboticabal. Consultor e analista da Scot Consultoria. Coordena as divisões de pecuária de leite, grãos, insumos, avaliação e perícia. Ministra aulas, palestras, cursos e treinamentos nas áreas de mercado de leite, boi, grãos e assuntos relacionados à agropecuária em geral. Editor-chefe da Carta Leite, da Carta Grãos e do Relatório do Mercado de Leite, publicações da Scot Consultoria.


O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou no dia 9 de março o relatório de oferta e demanda mundial de grãos. Os números, mais uma vez apertados para a soja, mexeram com os preços no mercado mundial. Segundo o USDA, a produção mundial de soja deve ser de 245,1 milhões de toneladas. Isto significa 7,2% menos que o colhido na temporada anterior. Lembrando que os países do hemisfério Norte já colheram a safra 2011/2012 e, no hemisfério Sul, a colheita está em andamento.


Os estoques finais mundiais em 2011/2012 estão estimados em 57,3 milhões de toneladas. O menor desde 2008/2009. A relação estoques finais versus consumo está estimada em 22,0%, ou cinco pontos percentuais abaixo do verificado na safra passada. Veja a figura 1.


Esta relação pode ser expressa de outra maneira, ou seja, em número de dias que os estoques atenderiam. Neste caso, considerando os estoques finais e o consumo estimados para 2011/2012, teríamos disponibilidade de soja para o abastecimento de aproximadamente 81 dias, frente a 98 dias em 2010/2011 (figura 2)


A quebra de produção no Brasil e na Argentina somada à boa demanda mundial colaboraram para a valorização da soja. No mercado mundial, a soja esteve cotada acima de US$13,0 por bushel nas primeiras semanas de março. Um bushel de soja corresponde a aproximadamente 27,2 quilos. No mercado brasileiro, nem mesmo a colheita em andamento foi capaz de derrubar os preços do grão. Até então, mais da metade da soja foi colhida no país e os preços subiram semana a semana desde janeiro. Em Paranaguá, no Paraná, a saca de 60 quilos está 13,5% mais cara na comparação com o início de 2012. Em relação ao mesmo período do ano passado, o agricultor está recebendo 11,2% a mais por saca de soja (figura 3).


Além dos números do USDA, tivemos o sexto levantamento de safra brasileira de grãos, da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), revisando para baixo os números de produção de soja no Brasil. A expectativa é de que sejam colhidas 68,7 milhões de toneladas em 2011/2012. Serão 6,5 milhões de toneladas a menos que o colhido em 2010/2011. O cenário apertado para a soja deve garantir preços em patamares elevados para o grão este ano. Bom para o agricultor, que além do aumento dos custos de produção, está colhendo menos por área nesta temporada em função do clima seco em boa parte das regiões produtoras. Para o pecuarista e/ou granjeiros, a valorização da soja representa aumento dos preços do farelo de soja e, consequentemente, dos demais concentrados proteicos. De olho na soja! Na temporada 2012/2013, em início de plantio nos Estados Unidos, a cultura deve perder área para o milho outra vez.



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