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Scot Consultoria

Os impactos da seca na pecuária gaúcha


Segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012 - 11h20

Zootecnista pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) - Ilha Solteira. Mestre em Administração de Organizações Agroindustriais pela Universidade Estadual Paulista - UNESP, Campus de Jaboticabal. Consultor e analista da Scot Consultoria. Coordena as divisões de pecuária de leite, grãos, insumos, avaliação e perícia. Ministra aulas, palestras, cursos e treinamentos nas áreas de mercado de leite, boi, grãos e assuntos relacionados à agropecuária em geral. Editor-chefe da Carta Leite, da Carta Grãos e do Relatório do Mercado de Leite, publicações da Scot Consultoria.


Colabourou Renato Fagundes Bittencourt Apesar das últimas chuvas terem amenizado os efeitos da seca no Rio Grande do Sul, o longo período de estiagem afetou a agropecuária do estado. As chuvas registradas em janeiro, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), foram de 100 a 200mm, em média, na região Leste do estado. Nas regiões Central e Sul, onde se concentra grande parte da produção pecuária do Rio Grande do Sul, choveu de 5 a 30mm. Essa situação deve se repetir em fevereiro e março. As precipitações devem ficar aproximadamente 40,0% abaixo do normal. Para abril a previsão é de chuvas acima da média em todo o estado. As pastagens, nativas e cultivadas, apresentam baixo crescimento, baixa produção de matéria verde e queda de qualidade. Em alguns casos há falta de água para o gado beber. Os rebanhos de corte estão sendo afetados pela perda de peso, ou falta de ganho. Esta situação diminuiu a oferta de animais para o abate em janeiro. Segundo levantamento Scot Consultoria, o preço da arroba do boi gordo subiu, em média, 4,9% em janeiro no estado. Dados da EMATER/RS apontam para perdas médias de 400g por animal/dia até 20 de janeiro. O período de outono/inverno deve ser mais crítico este ano, por ser difícil em relação à disponibilidade de alimentos e os animais não estarão com estado corporal adequado. A taxa de natalidade deverá cair. Segundo a EMATER/RS, em algumas cidades a queda pode chegar a 30,0% em relação ao mesmo período em 2011, isto terá efeitos sobre a oferta de animais de reposição. Na pecuária leiteira os impactos são notados diretamente na produção. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Leite Longa Vida (ABLV), a captação no estado caiu 20,0% em janeiro deste ano comparado ao mesmo período de 2011. O rebanho leiteiro sofre, além da queda na qualidade e quantidade alimentos, também com o calor excessivo. A seca aumenta também os custos de produção, principalmente do rebanho leiteiro, que utiliza suplementação em maior quantidade que o rebanho de corte. A quebra na safra de grãos aumenta os preços dos insumos e diminui a oferta. Para o produtor, o preço do leite subiu 3,3% no Rio Grande do Sul em janeiro, em função da menor oferta e custos maiores. Porém, em curto prazo o mercado é baixista devido ao aumento da produção no Sudeste e Centro-Oeste do país. O menor consumo de lácteos neste período diminui a pressão do lado da demanda.
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