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Scot Consultoria

Exportações do agro a caminho dos US$100 bilhões


Segunda-feira, 30 de janeiro de 2012 - 11h23

É professor titular de planejamento e estratégia na FEA/USP Campus Ribeirão Preto e coordenador científico do Markestrat.


Os números finais de 2011 do agro brasileiro surpreenderam as mais otimistas projeções. As exportações cresceram 24% em relação a 2010, chegando a US$94,59 bilhões. Os puxadores de dólares foram as seguintes cadeias: soja (US$24 bilhões), cana (US$16,35 bi), carnes (US$15,25 bi) café (US$8,7 bi), madeira (US$8,7 bi), fumo (US$2,9 bi), milho (US$2,7 bi), laranja (US$2,5 bi), couros (US$2,1 bi), algodão (US$1,95 bi) e arroz (US$0,6 bi), entre outras. As exportações para os países emergentes foram as que mais cresceram, sendo 33% a mais para a Ásia, 43% para a África e 55% para a Oceania. Somente a China rendeu em exportações do agro brasileiro a incrível soma de US$16,51 bilhões. Pode chegar a US$20 bilhões em 2012. As importações do agro foram de US$17,08 bilhões. Chamam a atenção alguns números: US$2,1 bilhões em madeira e papel, US$2 bi em trigo, US$ 1,25 bi em tecidos e vestuário de algodão, US$1,1 bi em borracha natural e US$1 bi em diversos óleos US$ 700 milhões em frutas, US$605 milhões em leites e laticínios, US$600 milhões em aveia, centeio e cevada. Seguem como vilões os US$630 milhões em couros e calçados, US$600 milhões em peixes, US$400 milhões em hortícolas, US$300 milhões em vinhos, US$300 milhões em carnes US$260 milhões importados em cacau e chocolates, US$250 milhões de arroz, US$40 milhões em café torrado. Uma triste novidade foram as importações de quase US$450 milhões de etanol, fruto dos equívocos sucessivos de políticas públicas para o setor de cana, isto sem somar as importações de gasolina feitas para suprir a lacuna de etanol. Em todos estes produtos cabe analisar se parte destas importações podem ser competitivamente substituídas por produção nacional e quais políticas seriam necessárias. Mas a balança brasileira fechou 2011 com superávit de US$29,8 bilhões, e o agronegócio com US$77,51 bilhões. Se o Brasil perdesse o seu negócio agro a balança viria de um saldo de US$29,8 bilhões para um déficit de quase US$48 bilhões, complicando a economia brasileira. É plenamente factível crescer 6% para se atingir US$100 bilhões em 2012. As projeções mais recentes do Banco Mundial indicam para 2012 um crescimento médio de 2,5%, sendo 5,4% nos países emergentes e 1,4% para os países de alta renda. O comércio mundial crescerá quase 5%. Portanto os mercados de alimentos crescerão compensando possíveis menores preços recebidos em relação a 2011. Fora isto, a taxa de câmbio começa o ano um pouco mais favorável ao exportador e nada indica que as mudanças estruturais de distribuição de renda, urbanização e crescimento populacional na Ásia alterarão o seu curso altamente benéfico ao agro exportador brasileiro. Serão atingidos os US$100 bilhões em 2012.
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