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Scot Consultoria

Soja. Índices e resultado econômico


Segunda-feira, 16 de janeiro de 2012 - 14h14

Zootecnista pela UENF – Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro.


A soja é a principal cultura agrícola do Brasil. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), as estimativas de área plantada e produção na safra 2010/11 estão na tabela 1. A liderança da produção de soja, em relação ao cultivo de grãos, não é de hoje. Consolidou-se há dez anos, na safra 2001/02, e se manteve em todos os anos de lá para cá. Em 2001/02, a produção foi de 41,9 milhões de toneladas, frente a 35,2 milhões de toneladas do milho, alcançando uma participação de 43,3% na produção total de grãos. Na média das últimas dez safras, a soja representou 43,8% do total de grãos produzidos. Já para a área plantada com a leguminosa, a média das últimas dez safras colhidas aponta para uma participação de 45,6% em relação à área total destinada aos grãos. Porém, a soja não é conhecida apenas pela sua importância em termos de área e produção. A cultura também apresenta elevada produtividade, em níveis semelhantes a expoentes da agricultura mundial, como os Estados Unidos. Para a safra 2010/11, por exemplo, utilizando os dados da Conab e do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, sigla em inglês) para a produtividade das sojas brasileiras e norte-americanas, respectivamente, temos que a produtividade no Brasil foi superior a dos Estados Unidos. Na última safra, as produtividades do Brasil e dos Estados Unidos foram de 51,9 sacas e 48,7 sacas de por hectare, respectivamente. Na figura 1, a evolução da produtividade anual dos dois países. Apesar da melhor produtividade do Brasil em 2010/11, na média das últimas dez safras os EUA têm ligeira vantagem, com produtividades de 44,5 sacas e 45,8 sacas por hectare para o Brasil e EUA, respectivamente. Resultado econômico Analisamos também a estimativa de receita, custo e lucro da soja. Para tanto, utilizamos parâmetros técnico-econômicos do maior produtor do grão no país, o Mato Grosso. Segundo a Conab, o estado produziu 27,1% da soja em 2010/11, num total de 20,4 milhões de toneladas. Na tabela 2 está a descrição dos parâmetros considerados. Os resultados econômicos foram calculados para a safra 2010/11. Também fizemos considerações sobre os resultados para a safra 2011/12. Com o preço e produtividade considerados, a receita apurada foi de R$2.100,17 por hectare. O lucro, portanto, de R$553,46/ha. Para a safra 2011/12, há grande chance de redução da rentabilidade em relação à passada, já que os custos estão maiores e a produtividade, semelhante. Estimativas do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA) apontam para uma produtividade de 52,05 sacas/ha e um custo total médio para o Mato Grosso de R$1.762,07/ha para a safra vigente. Considerando uma cotação de R$39,33/saca (mantendo a variação de outubro a março do ano passado), o resultado será de R$284,97/ha, 48,5% menor que a da 2010/11. Vale ressaltar que vários fatores interferem no lucro, como a composição dos custos, produtividade e, principalmente, o preço. Nesse contexto, uma ferramenta que vem ganhando força é a antecipação da comercialização da safra. Segundo o IMEA, até outubro deste ano, 52,5% da safra 2011/12 de soja do Mato Grosso havia sido comercializada, frente à comercialização de 45,0% da safra 2010/11 no mesmo período do ano passado. Esta é uma prática interessante, por ser considerada uma estratégia de gestão de risco. Apesar de não garantir, necessariamente, o maior lucro possível, ela garante o lucro, com base nos custos de produção, eliminando os riscos inerentes à comercialização. Para se ter ideia, no mercado físico, a saca de soja foi comercializada, em média, por R$44,40 em setembro deste ano em Rondonópolis-MT. De lá para cá, as incertezas com relação à economia mundial afetaram a demanda por commodities e derrubaram o preço do grão. Atualmente (dezembro/11), segundo levantamento da Scot Consultoria, os negócios com a soja em Rondonópolis-MT ocorrem ao redor de R$39,00/saca, 12,2% menos que a média de setembro. Colaboraram: Alcides Torres - engenheiro agrônomo Hyberville Neto - médico veterinário Rafael Ribeiro - zootecnista * texto publicado na revista Agroanalysis, volume 32, janeiro de 2012.
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