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Scot Consultoria

Carne de frango. Aumento dos abates e da produtividade


Segunda-feira, 28 de novembro de 2011 - 16h40

Zootecnista pela USP-Pirassununga.


O Brasil vem batendo, ano a ano, seu recorde de produção de frango. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os abates aumentaram 89,16% desde 2000. Naquele ano foram abatidas 2,63 bilhões de aves contra 4,98 bilhões em 2010. O aumento dos abates não veio sozinho. A produtividade média também cresceu. Em janeiro de 2000, o peso médio da carcaça do frango abatido era de 1,87 quilo, ante, 2,12 quilos em janeiro deste ano. Apesar do crescimento contínuo do peso ao abate ao longo da década, a média tem se estabilizado. Na figura 1 nota-se que o aumento de peso da carcaça de frango no Brasil foi mais expressivo nos primeiros sete anos da década. Na figura 2 está uma comparação dos pesos dos animais abatidos no Brasil e nos Estados Unidos nos últimos anos. Outra característica deste mercado é a diferença do peso da carcaça ao longo do ano. Na figura 3 observa-se o comportamento do número de abates em relação ao peso das aves no abatedouro. Nota-se que há declínio no peso ao redor de dezembro. Nesta época, em razão do maior consumo, as aves são abatidas mais leves. Estabilidade de peso ao abate Nos últimos três anos, a evolução do peso ao abate está praticamente estável. Um dos motivos seria que a carne de frango está se tornando uma commodity, ou seja, com pesos e medidas dentro de padrões exigidos pelo mercado. Com isso as margens para o produtor estão atreladas aos custos de produção, principalmente dos insumos (milho, etc.) e não ao aumento do lucro baseado no maior ganho de peso. Se considerarmos que a tendência é de permanente alta dos preços desses insumos, as margens tendem a ser cada vez mais estreitas. O cenário atual é de pressão com base em duas vertentes: a primeira é o excesso de oferta, e a segunda são empresas que vendem com margens muito baixas. Neste contexto o produtor tende a se adaptar e garantir seu lugar no mercado. Está claro que o frigorífico não tem como aumentar a margem de comercialização somente de peito de frango, por exemplo. Uma das saídas é a produção de alimentos com maior valor agregado. A comercialização de produtos diferenciados, com cortes específicos tem conquistado espaço nas prateleiras dos supermercados. Com isso, a indústria e, consequentemente, os produtores, se mantém no mercado. Nos Estados Unidos, maior produtor mundial de carne de frango, o consumidor está disposto a gastar mais em produtos de “qualidade superior”. O Brasil segue esta tendência. Com o aumento da renda, o consumidor tende a gastar mais por um produto com maior valor agregado.
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