Mais perspectivas promissoras para safra 2011/2012

Consideramos que as estimativas iniciais para safra divulgadas pela Conab eram conservadoras e agora, a medida que o plantio vai evoluindo, e muito bem, começam a surgir informações mais otimistas dos analistas de mercado e que devem se alinhar melhor com a demanda verificada de fertilizantes e outros insumos. Apesar de a Conab ter divulgado seu segundo levantamento nesta semana, os indicadores da entidade ainda não apontam na mesma direção dos analistas, apontando apenas de forma mais significativa um aumento na previsão da área de milho da primeira safra. Segundo o portal Terra, a consultoria Céleres já prevê uma safra recorde de soja, que poderá atingir 75,5 milhões de toneladas, obtidas em uma área plantada de 25,11 milhões de hectares, portanto já acima das previsões iniciais da Conab e também da própria consultoria. Outras informações dão conta de que no início da semana, mais de 50% da área prevista já estava semeada e apresenta boas condições. Como boas perspectivas de produção são inimigas dos preços, do outro lado do globo essa boa safra que poderá ser colhida no Brasil já está repercutindo com preços abaixo da barreira psicológica de US$12,00 por bushel. O produtor deve estar atento aos preços em Chicago e procurar se garantir enquanto os preços podem proporcionar uma boa rentabilidade. Esperar o melhor preço neste cenário, juntando ainda com um incerto horizonte econômico é arriscado. O Mato Grosso do Sul é o estado com maior percentual atingido no plantio da soja e no início da semana já alcançava 85% e prosseguia neste mesmo ritmo. Já o Mato Grosso que vinha em seguida e já havia atingido 75% do plantio reduziu o ritmo, tanto devido à falta das melhores condições climáticas como também para escalonar melhor o período de plantio, que poderá ficar muito concentrado devido ao intenso avanço no plantio e utilização de variedades precoces. A área já plantada garante a disponibilidade para o plantio da safrinha e assim é melhor espaçar um pouco mais o plantio para alongar também o período de colheita. Já para o milho, a segunda previsão da Conab para a safra de verão está mais alinhada com as informações das consultorias e já aponta para uma previsão de área plantada entre 8,53 e 8,73 milhões de hectares e produção entre 37,13 e 38,17 milhões de toneladas. A previsão da Céleres aponta para uma safra maior, com plantio de 8,71 milhões de hectares e colheita de 38,49 milhões de toneladas na primeira safra mas, principalmente, com um aumento significativo para o plantio da segunda safra devido ao plantio acelerado da soja assim poderá atingir 6,0 milhões de hectares com colheita de 24,65 milhões de toneladas. Com tamanha evolução no plantio e produção de milho, o Brasil precisa se consolidar como um dos fornecedores mundiais e até aqui o seu papel neste mercado tem sido irregular e pouco exporta para a China, por exemplo, um dos grandes importadores mundiais, apesar de estar conquistando novos clientes nas exportações deste ano que já superaram as estimativas iniciais. O Irã continua como o maior cliente e no período de janeiro a outubro as exportações já alcançaram 7,7 milhões de toneladas enquanto neste mesmo período do ano passado, foram 7,0 milhões de toneladas. O balanço de oferta e demanda do cereal indica que as exportações no próximo ano precisam atingir um recorde de 11 milhões de toneladas para que o excesso de produto não represente uma pressão baixista para os preços. Nesta altura do campeonato, será preciso uma torcida maior que a do Corinthians para que as condições de infraestrutura sejam suficientes para suportar este desempenho da agricultura brasileira e como torcida não ganha jogo, é melhor se preparar para a colheita porque o plantio, ao que tudo indica, está seguindo de forma exemplar. Nitrogênio Os indicativos de preços da última semana mostram como de costume uma pequena variação nos preços da ureia, contudo sem ainda sinalizar como alguma tendência para os preços. Sem uma sequência clara de alteração da direção dos preços, espera-se que devem ser mantidas com estas pequenas flutuações em curto prazo. Uma maior atenção deverá ser dada no início de 2012 quando devem ser definidas as expectativas de plantio da safra norte-americana e que podem empurrar os preços para cima. Fosfatados Seguem também com preços praticamente estáveis, apenas com uma pequena redução na indicação de preços para o Brasil, contudo sem definir alguma tendência. O mercado está bem abastecido e não há pressão por novos negócios. Continuamos com a perspectiva de que os fosfatados somente terão as vendas impulsionadas para o período de plantio da safra norte-americana. Neste cenário, as previsões da FarmFutures são de aumentos de preços para os fosfatados no fim do primeiro trimestre de 2012. Potássio Os preços praticados até o momento continuam estáveis, embora os produtores estejam firmes no propósito de elevar os valores cobrados para os embarques para o Brasil para a faixa de US$580-590,00/t. Como as importações foram intensas e antecipadas, os compradores estão resistindo a aderir aos novos pedidos nestes patamares. Veja na tabela a seguir os preços praticados nas últimas semanas. Deve ser considerado que em algum momento haverá a necessidade de novas compras e diante da disposição dos produtores que, baseados nas necessidades de consumo crescente estão firmes na intenção de elevar os preços, este aumento acabará acontecendo, a menos que se acentue alguma mudança negativa na economia mundial. Por isto, efetuar compras de cloreto de potássio neste momento em que os preços se estabilizaram e ainda não se concretizaram os aumentos já sinalizados pode proporcionar uma economia, por negócios em até R$1.200,00/t ou cerca de US$680,00/t para retirada nas unidades de fertilizantes localizadas próximas aos portos de desembarque.
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