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Scot Consultoria

A importância da água no manejo alimentar de vacas leiteiras


Segunda-feira, 31 de outubro de 2011 - 18h06

Engenheiro agrônomo, doutor em produção animal e pesquisador científico/APTA Colina-SP.


A água é essencial para a vida dos seres humanos, dos animais e dos vegetais, porém, é um recurso escasso e finito que deve ser bem manejado para se evitar contaminações e desperdícios. Na nutrição de vacas leiteiras é o alimento de maior requisição quantitativa, pois o leite contém, em média, 87% de água na sua composição. Além disso, o conteúdo corporal de bovinos adultos apresenta de 55 a 70% deste elemento, que pode chegar de 80 a 85% em animais jovens e até 90% nos recém-nascidos. “Na nutrição de vacas leiteiras é o alimento de maior requisição quantitativa, pois o leite contém, em média, 87% de água na sua composição.” Vale ressaltar que a importância da água para os animais é tão expressiva que os mesmos podem perder até 100% da gordura e 50% da proteína corporal que ainda sobrevivem, mas a perda de 10% a 12% da água corporal os leva à morte. MANEJO DA ÁGUA PARA VACAS LEITEIRAS A ingestão de água por vacas em lactação depende de inúmeros fatores, sendo os principais os seguintes: - estágio fisiológico; - produção de leite; - peso corporal; - tipo racial; - consumo de alimentos, com base na matéria seca (MS); - composição dos alimentos; - condições ambientais; - qualidade da água. Por exemplo, durante os meses mais quentes do ano, as vacas em lactação sofrem com o estresse pelo calor e com a alta umidade relativa do ar, refletindo no aumento da ingestão de água, pois ocorre elevação na excreção de urina e alteração na composição dos dejetos. O maior consumo de água pelos animais coincide com o pico da ingestão de matéria seca, mesmo se a dieta for fornecida várias vezes ao dia. Outro fator importante é a preferência dos animais por ingerir água com temperatura entre 25° e 30°C e com tendência de redução na ingestão quando a temperatura estiver abaixo de 15°C. Na tabela abaixo, são apresentadas a ingestão média de água para diferentes categorias animais nas condições de Brasil Central. No entanto, infelizmente a ingestão de água por vacas leiteiras não é, em muitos casos, considerada o fator limitante para produção de leite e para a saúde dos animais. “...a baixa ingestão de água aumenta os valores de hematócritos e a concentração de uréia no sangue, reduz a taxa respiratória e a contratibilidade ruminal, reduz a produção de leite, etc...” Porém, a baixa ingestão de água aumenta os valores de hematócritos e a concentração de uréia no sangue, reduz a taxa respiratória e a contratibilidade ruminal, reduz a produção de leite e o peso corporal dos animais, além de influenciar no comportamento dos animais ao redor do bebedouro. Deste modo, os produtores e nutricionistas devem estar atentos para o dimensionamento e manejo correto dos bebedouros nas instalações e em pastagens. Por exemplo, em sistemas de produção de leite a pasto, o cálculo do tamanho do bebedouro é realizado conforme o tamanho do lote e segue a relação de perímetro/animal. Para lotes de até 50 animais pode-se utilizar a proporção de 1:10, ou seja, 10 centímetros por animal e lembrar que a vazão tem que ser suficiente para manter o volume de água no bebedouro para atender esta situação. Atualmente, com a iniciativa de pagamento por qualidade pelas indústrias e laticínios é de suma importância estimular e orientar os produtores a realizar análises periódicas da água captada, proteger nascentes e promover o controle de sustentabilidade por meio de medições frequentes da quantidade de água fornecida e utilizada na produção de leite. Promover a captação de forma adequada, vedar as caixas d’água, bem como higienizá-las periodicamente, são medidas fundamentais que o produtor de leite deve realizar para manter e assegurar a produção de leite de boa qualidade. “Para lotes de até 50 animais pode-se utilizar a proporção de 1:10 (10cm por animal) e lembrar que a vazão tem que ser suficiente para manter o volume de água no bebedouro para atender esta situação...” Diante do exposto, negligenciar a quantidade e qualidade da água da propriedade pode gerar prejuízos econômicos e sanitários no rebanho, assim como de saúde pública e de meio ambiente.
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