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Scot Consultoria

Apostas e recomendações


Terça-feira, 1 de novembro de 2011 - 09h28

Administrador de empresas pela PUC - SP, com especialização em mercados futuros, mercado físico da soja, milho, boi gordo e café, mercado spot e futuro do dólar. Editor-chefe da Carta Pecuária e pecuarista.


Já está no ar a mais recente edição da Carta Pecuária de Longo-Prazo, caro leitor. A análise para os próximos meses de safra leva em consideração os custos de produção e a visão de como está se comportando a margem real atual da engorda e as suas consequências. O texto está disponível para ser adquirido no site da Scot Consultoria. A arroba do boi saiu de 95 reais em meados de setembro para ao redor de 100 reais, hoje. Lá em setembro dissemos o seguinte: “Se puder esperar, quem tem boi gordo, espere.” Vamos dar uma olhada no gráfico da arroba do boi em SP. Repare na arroba testando 95 reais em junho e depois em setembro. É, parece que abaixo de 95 a coisa não quer engrenar. E para cima? Bom, aí é que estão todas as atenções atualmente. Existe um número mágico no momento: 100. É quanto muitos pecuaristas que possuem fazendas nas regiões vizinhas da borda do estado de São Paulo estão esperando chegar o preço da arroba para poderem começar as vendas. MS hoje vale 95 de balcão, mas já ocorreram negócios mais altos que isto, até 97 reais por arroba. Um produtor melhorzinho aqui no MS venderia um boi gordo de 18@ a 100 reais e receberia 1.800 reais por isso. Ele provavelmente pagou no boi magro um ano atrás ao redor de 1.350 reais, frete e comissão inclusos. Deve ter gastado como custo de produção ao redor de 300 reais em doze meses, então, no final está tirando 150 reais por boi de lucro. Ah, só que hoje ele não tem estes 100 reais no boi gordo. Tem, ou tinha, até recentemente 92 reais e olhe lá. Um boi gordo vendido a 92 reais daria para este mesmo produtor um lucro de 6 reais. Isto mesmo, 6 reais. Ou seja, olhe só como é importante e crucial uma arroba ao redor de 100 para a borda de SP. Porém, é isto que o mercado futuro está esperando para a borda de SP? Por enquanto, não. Observe abaixo os preços dos contratos para a safra esperando ao redor de 100 reais somente para os bois paulistas. E para os bois de fora? Continue lendo. O boi magro, maior custo, caiu um pouco de preços nestes últimos meses, então isto daí alivia um pouco a pressão nas próximas vendas de safra, porém não muito. Estimo aqui que uma janela entre 90~95 reais como o mínimo que a arroba deveria valer para cobrir os custos de produção para as fazendas na borda de SP. Veja bem, deveria, não sei quanto estará. O mercado futuro começou a dar seus pitacos sobre este assunto. Os contratos da safra ficaram ativos e espertos de umas semanas para cá, então o pecuarista já consegue visualizar uma ideia do que receberá pelos seus animais nestes meses de chuvas. Mas quanto valeria um boi fora de SP? O diferencial de base, que é o desconto da arroba de SP para os outros estados girou nestes últimos anos com um desconto entre –11% e –13% para a safra. Isto significa uma arroba entre 87~90 reais para estes estados. Mas espere aí. Se o custo fica acima de 90 reais e o mercado espera um preço de venda abaixo de 90 reais, a conta não fecha. Amigos, isto daí não paga a conta da safra! Mas, hei, o mercado é soberano. Não discuto com seus preços. Só aponto aqui as discrepâncias, entre o que vejo como valor (ou, o que deveria valer) e preço(o que está sendo cotado). Digo isto tudo porque existe uma diferença que o mercado futuro, a meu ver, ainda não colocou na conta, que é o acréscimo dos preços de compra de bezerro, garrote e boi magro de 2008 para cá. Falo mais explicado sobre isto na Carta Pecuária de Longo-Prazo. Isto ainda vai dar pano para a manga... Pode pegar o mercado de surpresa. O curto-prazo impera atualmente. Discute-se o mercado interno vai ou não vai consumir; quantos reais dão para ganhar/perder na bolsa; as apostas para a arroba em novembro ou quando será o pico da entressafra... Chamo a atenção dos leitores olharem mais além, olharem para os custos de produção à atividade e para se posicionarem de forma atenta e alerta para a safra. A partir de agora aparecerão, espero, momentos para se olhar com olhos de caçador as oportunidades que ambos os mercados futuro e de opções transparecerão. No momento olho para os contratos futuros de fevereiro e para os contratos de opções fora do dinheiro para a safra, afim de cobrir os custos de produção da engorda. Se um custo mínimo gira ao redor de 90 reais fora de SP, o mercado de opções do jeito que está ainda se apresenta um pouco caro demais para meu gosto, mas, quem sabe? Uma hora isso daí corrige. Isto daí tudo para a safra. E para os bois gordos de agora? Agora a realidade é outra e mais urgente. Lembra-se da recomendação que fiz e repeti aqui no início do texto, de esperar um pouco? Pode passar a borracha. Agora é hora de começar a ligar para os frigoríficos e iniciar aquele namoro para a venda dos animais gordos. Será um romance bom e tórrido daqui até meados de janeiro.
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