O ovo da serpente

A origem do mal que assola o governo Dilma Rousseff certamente tem origem no mensalão: o esquema de propinas administrado pelo carequinha Marcos Valério, baseado principalmente no superfaturamento das verbas publicitárias do governo federal e das estatais, que levou ao “impeachment“ do presidente da República de então (ou de sempre). Lula escapou, mas o custo formal foi pago com a cabeça de Zé Dirceu. O esquema do Mensalão teve que ser mudado e o poder, distribuído entre os ministérios integrantes da base aliada. Cada partido que cuidasse dos seus. A estarrecedora investigação da revista VEJA – que, nestes casos, substitui a Polícia Federal – tem divulgado as diversas montagens de assalto ao erário público – que são desenvolvidas em cada ministério. Da agricultura ao esporte se desenvolvem desavergonhados esquemas de rapinagem. Ao bem da verdade, diga-se que o esquema de distribuição de poder tem gerado, para partidos e parlamentares, um volume de benefícios – leia-se rapinagem – muito maior do que o esquema anterior. Hoje, depois da queda de seis ministros (cinco por assalto ao Tesouro) não se pode presumir inocência da Presidente. Ela evita, de todas as formas possíveis, aplicar o rótulo de “corrupção” ao que está acontecendo no seu governo. Passou a chamar estas ações de rapinagem de “malfeitos”. É uma tentativa canhestra de infantilizar ações deploráveis de “seus” ministros chamando-as de malfeitos. O nome correto, Presidente, é corrupção porque se seus autores não são corruptos são malfeitores. A sociedade está mais vigilante. Há que exterminar o ovo da serpente. Vai ser difícil desculpar-se pelo próximo “malfeito”. - Por Arthur Chagas Diniz, é engenheiro civil e eletrônico pela escola nacional de engenharia e presidente do instituto liberal.
<< Notícia Anterior Próxima Notícia >>