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Scot Consultoria

A ração que o mercado não quer


Segunda-feira, 24 de outubro de 2011 - 12h13

Economista, especialista em engenharia econômica, mestre em comunicação com a dissertação “jornalismo econômico” e doutorando em economia.


A equipe econômica atual inverteu em parte a lógica do jogo em relação às políticas de controle da economia, ou seja, está em curso o afrouxamento da política monetária. Mesmo com pressão sobre a inflação o Banco Central brasileiro optou por preparar o terreno para 2012, e reduziu pela segunda vez consecutiva a taxa básica de juros, saindo de 12% para 11,5% ao ano. É certo que ainda praticamos a maior taxa de juros do mundo, o que equivale em termos reais (descontada a inflação) a 5,5% ao ano, mas também é certo que algo novo pode estar nascendo, retirando a ração muito desejada pelo mercado financeiro que é uma taxa de juros básica nas alturas. E espaço para redução há. Só para exemplificar, a segunda maior taxa de juros do mundo é da Hungria com 2,3% (menos da metade da taxa brasileira) e a terceira é do Chile, com 1,9% ao ano. É evidente que não será possível trilhar este caminho imaginando que a coisa se dará da noite para o dia, afinal são anos a fio combatendo desequilíbrios entre oferta e procura com aperto monetário, mas em determinado momento aconteceria este rompimento. Também haverá um custo, ditado pelas incertezas, críticas, dúvidas quanto ao futuro da inflação e um cem número de outras indagações, por isso que, além de ser firme, será preciso sinalizar com mudanças estruturais. O controle dos gastos públicos em custeio é imperativo! Também investir em infraestrutura é condição fundamental para garantir a sustentação do crescimento, isso tudo sem falar da eliminação de outros gargalos, e ainda agilizar as reformas estruturais, entre outras. É um caminho longo e árduo, mas tem que ser percorrido, e com muita determinação, pois a tendência natural é que as pressões externas falem mais alto. Os operadores do sistema financeiro querem elevadas remunerações e apostam na fragilidade pública para auferirem ganhos extraordinários, prática recorrente nestes últimos anos. Espera-se que não haja blefe e que efetivamente o desarme do modelo econômico, acomodado em política monetária restritiva, principalmente juros altos, esteja em curso.
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