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Brasil: crescimento menor


Sexta-feira, 14 de outubro de 2011 - 17h02

Economista, especialista em engenharia econômica, mestre em comunicação com a dissertação “jornalismo econômico” e doutorando em economia.


O ambiente de incertezas externas tem levado o governo brasileiro a efetuar revisão para baixo no crescimento econômico deste ano. Os 4,5% iniciais foram revistos para 3,5%, portanto o Produto Interno Bruto do Brasil (PIB) crescerá 3,5% em 2011, em termos reais, se comparado ao ano de 2010. Ficará abaixo de outros países que compõem o Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), notadamente a China e Índia. O Brasil tem monitorado a economia combinando as políticas fiscal e monetária. A política fiscal garante ao governo forte arrecadação e ampliação nos gastos, notadamente em custeio. Já a política monetária monitora a liquidez do mercado, com austeridade na taxa de juros e política crédito. O objetivo até então é de garantir a estabilidade de preços, à medida que a inflação desgarrou da meta central de 4,5%, ficando mais próxima do limite máximo de 6,5% para este ano. Quando se observa a queda na projeção do PIB o indicativo é afrouxar as duas políticas. Os juros já foram reduzidos, contudo, ainda está presente a preocupação com a elevação dos preços. Diferentemente do ambiente econômico de 2008 e 2009, quando do auge da crise internacional, a inflação ainda precisa ser combatida, o que inibe medidas mais fortes, como por exemplo, redução da carga tributária e até mesmo quedas mais significativas na taxa de juros. De qualquer maneira o atual governo tem sinalizado que irá inverter em parte a equação que tem engessado o desempenho econômico brasileiro: ser mais rigoroso na política fiscal, principalmente no que se refere ao controle dos gastos públicos, abrindo espaço para que os juros no Brasil deixem de ser os maiores do mundo, chegando ao longo do tempo em patamares semelhantes aos de países que conseguem crescer e controlar a inflação. A revisão para baixo do crescimento da economia é um alerta para que os agentes econômicos refaçam suas estratégias, e é um indicativo de que o mercado de consumo poderá encolher. Não é para pessimismo, mas para redobrar a atenção, afinal, crescer é importante, mas sustentar o crescimento é fundamental.
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