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Scot Consultoria

Câmbio: governo continua enxugando gelo


Segunda-feira, 1 de agosto de 2011 - 12h25

Economista, especialista em engenharia econômica, mestre em comunicação com a dissertação “jornalismo econômico” e doutorando em economia.


O Real continua forte em relação ao dólar. A cotação da moeda norte americana tem atingido patamares do fim do século passado, ou seja, valores de mais de 12 anos atrás. A combinação de inúmeros fatores tem enfraquecido o dólar. Primeiramente a economia americana está debilitada. Com déficit fiscal em níveis perigosos, saindo de uma crise aguda e com impasses na condução política quanto à redução de gastos e aumento de tributos, a economia americana apresenta um enfraquecimento poucas vezes observado na história mundial. Em resumo: poucos investidores desejam ficar com a moeda de um país que apresenta essas condições. Além desse aspecto, ou seja, o enfraquecimento da moeda americana, o Brasil possui alguns atrativos importantes aos investidores estrangeiros. Nosso país pratica a maior taxa de juros do mundo. Se isso não bastasse às agências de análise de riscos têm aumentado a nota brasileira, recomendando aos investidores estrangeiros que aportem seus recursos aqui no Brasil. Também há um enorme mercado consumidor, com fortalecimento da classe média, se apresentando como um verdadeiro oásis aos investidores diretos (investimento na produção). Isso tudo sem falar na estabilidade política, democracia em consolidação, entre outros aspectos. Mesmo o Brasil possuindo fragilidades em sua infraestrutura e gargalos que impendem um crescimento sustentado, não há dúvida que esses atrativos todos atraem investidores estrangeiros e a oferta de dólares é ampliada, derrubando a cotação da moeda norte americana. O governo anunciou novas medidas para conter a desvalorização do dólar, como a taxação em aplicações em derivativos, mas a avaliação é que pouca coisa mudará neste cenário. Alterações mais profundas poderão vir no longo prazo. A retomada do crescimento econômico americano e a queda dos juros domésticos são exemplos do caminho que poderá ser trilhado. Enquanto isso não acontece qualquer mexida do governo na questão cambial é semelhante a enxugar gelo, por sinal, já fizemos esta observação em outro artigo publicado há meses, ou seja, na questão cambial o governo continua enxugando gelo, e o que é pior, potencializando esta questão, quando eleva a taxa de juros básica para conter a inflação. Enxugar gelo continua sendo insano.
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