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Scot Consultoria

Dólar. A menor cotação dos últimos 12 anos


Terça-feira, 26 de julho de 2011 - 09h17

Zootecnista pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) - Ilha Solteira. Mestre em Administração de Organizações Agroindustriais pela Universidade Estadual Paulista - UNESP, Campus de Jaboticabal. Consultor e analista da Scot Consultoria. Coordena as divisões de pecuária de leite, grãos, insumos, avaliação e perícia. Ministra aulas, palestras, cursos e treinamentos nas áreas de mercado de leite, boi, grãos e assuntos relacionados à agropecuária em geral. Editor-chefe da Carta Leite, da Carta Grãos e do Relatório do Mercado de Leite, publicações da Scot Consultoria.


O dólar bateu em julho deste ano a menor cotação desde janeiro de 1999, quando rompeu pela primeira vez a barreira de R$1,50. A desvalorização acumulada no ano chega a 8,5%, com o dólar cotado no dia 25 de julho em R$1,54, segundo o Banco Central do Brasil. Veja a figura 1. Tirando as especulações com relação ao possível calote da dívida dos Estados Unidos, outros fatores estão associados à desvalorização da moeda norte-americana. É preciso dizer que esse movimento é mundial, em parte devido ao excesso de moeda que o Banco Central dos Estados Unidos têm imprimido para estimular a economia do país no pós-crise. As principais moedas se valorizaram em relação ao dólar. Outro ponto importante é a grande quantidade de dólares entrando no Brasil através de operações financeiras. A situação difícil nos Estados Unidos e em alguns países europeus atrai investimentos estrangeiros para o Brasil e outras economias em crescimento. Veja na figura 2 a participação dos investimentos estrangeiros na BMFBOVESPA no primeiro semestre de 2011. Aproximadamente 34% das operações de compra e venda (mercado de ações, mercado futuro e outros) foram de investidores estrangeiros. No ano passado, cerca de 20% das operações na bolsa foram de investidores estrangeiros. Um outro fator está associado ao crescimento do faturamento com as exportações brasileiras nos mais diversos segmentos. O saldo da balança comercial este ano, de US$12,9 bilhões, é 64,4% maior que o do mesmo período de 2010 (tabela 1). É mais dólar entrando e ficando no país. Por fim, o dólar desvalorizado em relação ao real estimula a compra de produtos importados, diminuindo em parte a demanda por bens nacionais. Para o exportador, os preços no mercado internacional ficam menos atraentes quando convertidos em real. Ao mesmo tempo, o real valorizado prejudica a competitividade da indústria brasileira na hora de exportar. O ponto positivo da história, pensando no consumo, é que cai o custo de vida e melhora para quem pretende ir para o exterior. Um benefício para o governo é com relação à dívida externa. Esta sim é amenizada com o dólar desvalorizado. Nesse contexto, a taxa de câmbio está relacionada com a taxa de juros, inflação, crescimento econômico, trazendo benefícios e/ou dificuldades para o país. É em função disto que o governo deve buscar uma política cambial que pesem estes fatores na economia do país. Não é fácil.
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