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Scot Consultoria

Sou agro, mas ainda está faltando coisa


Quarta-feira, 20 de julho de 2011 - 09h08

Editor e publisher.


Lançada ontem (18/7) a campanha "Sou agro", fruto dos sonhos e ideais de diversas lideranças da cadeia do agronegócio em dar respostas aos repetidos, injustos e insanos ataques que o setor tem sofrido nos últimos anos, a ponto de muitos homens do campo se sentirem incomodados por serem produtores de alimentos. A campanha é bonita e profissional, deve trazer empatias ao agronegócio. Envolve o grande público, é profissional e simpática, em minha opinião resgata e dá orgulho aos brasileiros de sermos uma nação agrícola. Mexe com o emocional, pelo menos de quem trabalha no segmento. Assistam abaixo o comercial que foi ao ar ontem nas principais emissoras de TV, estrelado pelo ator Lima Duarte. Entretanto, tenho lá minhas dúvidas sobre a conquista dos objetivos pretendidos, através de uma campanha de propaganda, como está sendo feita. Em minha opinião a referida campanha não irá remover as causas das antipatias direcionadas ao agro, pois não aborda e nem ataca as premissas do problema, e tampouco responde às acusações. Os grandes inimigos do agronegócio não foram mencionados: o agronegócio americano e o europeu, originariamente, e ainda os ambientalistas e ONGs, em primeiro lugar, e alguns jornalistas em segundo lugar, especialmente televisivos, que atacam e agridem a produção de alimentos, cuspindo diuturnamente no prato em que comem. Assim, acredito que a campanha em causa acabe cutucando as onças com vara curta e provocando nova onda de críticas, pois o problema é ideológico e emocional por parte dos ambientalistas e jornalistas. Evidentemente que não seria função da propaganda atacar os inimigos, até porque, propaganda "comparativa", ou "agressiva", no Brasil, é muito mal vista pelo público. O que falta agregar na campanha do "Sou agro", é um amplo trabalho profissional de Relações Públicas, no sentido de construir uma retaguarda ao agronegócio, com o objetivo de responder e neutralizar as diversas acusações atribuídas aos produtores rurais brasileiros, tratados hoje em dia pela grande mídia como criminosos ambientais. Tudo isto, como sabemos, em vista do clima emocional reinante, redundou no Código Florestal anacrônico já aprovado pela Câmara dos Deputados e hoje em debate no Senado. Há uma enorme dicotomia na sociedade brasileira, seja entre o povo ou nas classes dirigentes, na intelectualidade ou nas lideranças rurais, e entre os diversos públicos que debatem, defendem ou criticam o agronegócio, entre os quais jornalistas, legisladores (com exacerbadas críticas da mídia às ações da bancada ruralista, e dizer que esta é mal falada é pouco...), e de ambientalistas, fornecedores de insumos, e até dos grupos do MST e Via Campesina. Isto vem dos tempos dos coronéis de engenho, dos grandes cafeicultores, e tem no contraponto a imagem do Jeca Tatu, deturpada no cinema por Mazzaropi, como amálgama que hoje funde "agricultura familiar" com bóia fria e gente do MST.
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