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Scot Consultoria

Pequena inflação é semelhante à pequena gravidez


Quinta-feira, 5 de maio de 2011 - 17h13

Economista, especialista em engenharia econômica, mestre em comunicação com a dissertação “jornalismo econômico” e doutorando em economia.


Pronunciamentos dos representantes da equipe econômica indicam que o Governo Federal não cumprirá a meta máxima do patamar da inflação anualizada que é de 6,5% ao ano. A meta fixada é de 4,5% podendo, no limite, atingir, dois pontos percentuais a mais. Alegam que os preços internacionais das commodities são os principais fatores para que a inflação não seja controlada como planejado. Mesmo considerando este ambiente hostil para um controle mais acentuado dos preços internos, o governo não pode abrir a guarda. Nosso passado em termos de inflação nos condena. Vivenciamos por décadas preços fora de controle. Criamos a chamada correção monetária, que, se não nos levou a hiperinflação, também não permitiu que a mesma caísse. A engenharia do plano Real nos colocou no rol dos países que controlam adequadamente os preços, mas isso é pouco. Não compartilho com aqueles que entendem que somente com política monetária restritiva é que se controla a inflação. Na prática é preciso atacar as inúmeras frentes que causam o aumento de preços, a começar pelo controle dos gastos públicos. Outro fator relevante é o efeito da indexação de preços, que mesmo sendo minimizado, toda vez que a inflação passada se eleva, gera um foco novo de inflação. Também é possível o controle setorial de preços, enfim, é preciso sair da mesmice no controle inflacionário brasileiro dos últimos anos. Mesmo não compartilhando da premissa citada, avalio que, quando há pressão muito forte, com focos evidentes de inflação, toda munição deve ser utilizada. Entendo que o atual governo não quer comprometer o crescimento econômico e com ele a geração de empregos, mas é uma questão de escolha, optando pelo bem maior, que neste momento é controle dos preços. Assim, utilizar-se da política monetária em toda sua dimensão e ao mesmo tempo agir no controle das demais variáveis já citadas, ofereceria ao mercado a ração que ele deseja: austeridade com estratégia. Sempre vale lembrar que inflação no Brasil, mesmo que pequena, é semelhante à uma pequena gravidez, uma hora cresce, portanto, todo cuidado é pouco.
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