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Scot Consultoria

Vários fatores em curto prazo


Segunda-feira, 2 de maio de 2011 - 14h56

Administrador de empresas pela PUC - SP, com especialização em mercados futuros, mercado físico da soja, milho, boi gordo e café, mercado spot e futuro do dólar. Editor-chefe da Carta Pecuária e pecuarista.


É, parece que vai dar uma esfriadinha nos próximos dias... Veja a previsão com mínima de 8°C para terça e quarta-feira. Isso faz aparecer gado gordo, caro leitor? Sim e não. Sim para quem já queria vender esses bois, porque tem algum compromisso para pagar, e não, para quem tem boi gordo mais vai esperar um pouco para frente. O frio em si não é fator determinante na venda do gado gordo, especialmente se você não tem o que fazer com o dinheiro depois. Quero dizer, se não tem contas para pagar e nem comprou reposição. Então, se o cidadão pode esperar, ainda mais porque choveu bem antes do frio, acredito que ele se inclinará um pouco mais na espera. Mas isso não quer dizer que as escalas irão permanecer como estão. Se você reparar aqui acima nesse gráfico abrangente das escalas no Brasil Central (SP, MG, MS, MT, GO, RO, PR, TO, RS), a coisa toda ainda oscila em poucos dias de bois comprados. Então, boa parte da queda da arroba semana passada no mercado futuro pode ser atribuída como uma antecipação do que o mercado acredita que pode ocorrer nos próximos dias. Mas qual a chance desta queda se concretizar? Vamos ver no gráfico? O problema aqui é que a coisa se complica. Temos mais de uma maneira de olhar para o gráfico do boi, e particularmente, essa é a razão de o pessoal ficar meio perdido, e a gente também. Então vou deixar os estudos de lado e só colocar aqui os resultados, ok? Também tirei o funrural do indicador, e arredondei os valores para onde os negócios foram realizados. Acho que é isso que interessa. Bom, para começar, o óbvio é uma arroba ao redor de 100 reais. Foi neste valor que os preços seguraram em janeiro. Detalhe: as escalas de abate em janeiro estavam maiores do que estão hoje, como você pode ver no segundo gráfico. Daí, temos os objetivos secundários, jogando uma expectativa de uma queda leve na safra entre 97-100 reais e uma queda mais forte, entre 90-95 reais. Então existe a real possibilidade da arroba em SP vir abaixo de 100 reais. Mas quanto? Um pouquinho só. Atualmente o mercado futuro está apostando que no final de maio a arroba estará valendo ao redor de 99 reais à vista, livre de funrural. Então o mercado espera uma queda dos preços atuais... Dois reais, aproximadamente do que a arroba está cotada hoje em São Paulo. Nada de muito susto, certo? Tendo em vista as escalas curtas e a entrada do frio no Mato Grosso do Sul, pode ser que isso ocorra? Não me surpreenderia que sim. Mas... Primeiro a arroba tem que romper 100 reais. Aí, meu caro é que está o centro da história. Aí é onde o bicho pega. Não que São Paulo tenha o “direito da arroba acima de 100”... Mas vamos ficar de olho. Talvez estas próximas duas semanas nos digam qual o verdadeiro humor deste mercado. Sim, porque se tem boi ou se realmente tiver boi, agora nas próximas semanas estarão juntas várias condições para que esses animais apareçam - frio aqui para baixo, seca para cima, final de safra, vacinação de aftosa, preços em queda, custos altos para a entressafra de ração, etc. Vamos ver no que vai dar. Se não for conseguido derrubar a arroba no mercado físico, esse mercado se tornará bastante altista, a meu ver, a partir de junho adiante.
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