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Scot Consultoria

Gasto em educação: custeio que vira investimento


Segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011 - 10h52

Economista, especialista em engenharia econômica, mestre em comunicação com a dissertação “jornalismo econômico” e doutorando em economia.


Os governantes não se deram conta, que as mudanças estruturais no Brasil passam necessariamente pelo investimento forte em educação. Como diz Peter Drucker, “o planejamento não diz respeito a decisões futuras, mas às implicações futuras das decisões presentes”, e lamentavelmente as decisões passadas que poderiam impactar agora, foram equivocadas. Estão transformando escolas em atividades mercantis. Professores em prestadores de serviços e alunos em clientes. É uma relação que não fecha. Na verdade a revolução do conhecimento via educação formal, se dará quando os atores envolvidos entenderem a dimensão que o ato de educar representa. Os pensadores na área são vozes esquecidas, e o modelo atual contempla muito mais estatísticas de quantos freqüentam os bancos escolares, do que a qualidade do ensino. Do ponto de vista estrutural os ambientes para ensino/aprendizagem estão distante de ser o ideal. As salas de aula não permitem a concentração dos alunos. As bibliotecas, com raríssimas exceções, não atendem as necessidades básicas do complemento ensino. Isso sem falar na falta de estímulo a leitura, em uma geração moldada pela internet que prefere o caminho fácil e rápido dos resumos virtuais de obras literárias. No âmbito dos Professores, o país entrou em circulo vicioso. A baixa remuneração reduz a atratividade dos profissionais da área, e aqueles que entram no sistema educacional, se quiserem atingir uma remuneração digna, precisam ampliar jornadas, o que impede o devido preparo, portanto, há um comprometimento do ensino na ponta. Observo que na maioria das vezes não é questão somente de falta de recursos, mas sim falta de gestão. Educação falha retira competitividade do país, não prepara cientistas no volume necessário e o que é pior, não garante bons postos de trabalho. Sem oportunidades no mercado de trabalho, jovens e adolescentes são prezas fáceis para o crime organizado e para o tráfico de drogas, elevando a insegurança já existente. Gasto em educação não é custeio, é investimento. Ou se investe fortemente agora, ou as próximas gerações lamentarão tanto quanto a atual geração.
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