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Scot Consultoria

Sucessão presidencial e a economia: é hora das propostas


Quarta-feira, 13 de outubro de 2010 - 16h38

Economista, especialista em engenharia econômica, mestre em comunicação com a dissertação “jornalismo econômico” e doutorando em economia.


O primeiro turno das eleições se caracterizou por tangenciar a discussão de temas relevantes, notadamente no que se refere à condução da política econômica nacional. Centrados mais nas biografias de seus candidatos, a campanha e os debates no primeiro turno podem ser avaliados como superficiais. Nem mesmo os diferenciais no campo da gestão foram aprofundados. No segundo turno não há mais desculpas. O tempo dos candidatos no horário gratuito na rádio e TV é o mesmo. Os debates deverão se transformar em embates. Há muitas dúvidas quanto à condução da política econômica. De um lado a necessidade em manter a estabilidade, ou seja, conduzir a economia de maneira a manter o controle da inflação dentro da meta. De outro lado garantir condições para que haja crescimento e este se sustente ao longo do tempo, gerando uma tendência positiva e não altas e baixas como tem sido até agora. Em meio ao cumprimento destas metas macroeconômicas o país precisa avançar na distribuição mais justa da renda, com geração de emprego. Os instrumentos para atingir estas metas precisam ser aperfeiçoados. O governo atual tributa muito e gasta demais. A política fiscal deverá ser revista. Não sabemos o que pensam os candidatos em relação à reforma tributária e como reduzir gastos em custeio, abrindo espaço para gastos em investimentos. Outra dúvida refere-se à política monetária. Tudo indica que as metas de inflação serão mantidas, mas não houve menção no que se refere aos juros internos. A economia brasileira é monitorada com a prática da maior taxa de juros do mundo. Isto é incompatível com economia que deseja ser madura. Os candidatos precisam dizer com clareza como esta bomba será desarmada. A política cambial é outra incógnita. O país observa um momento de elevada desvalorização do dólar, o que ocorre no mundo todo, mas o governo brasileiro tem atuação pífia no sentido de reverter este quadro. Até mesmo a política comercial com o resto do mundo precisa de um modelo que permita projetar a conquista de novos mercados e com produtos que possuam valor agregado, garantindo competitividade internacional. A política de rendas é o outro desafio. O abismo entre ricos e pobres é enorme e manter o excesso de assistencialismo não irá resolver o problema. Isto tudo tendo que equacionar gargalos como energia, estradas, enfim investir em infraestrutura que reduza o custo Brasil e torne o país mais competitivo internacionalmente. Será que podemos esperar um debate focado em propostas? Penso que sim, à medida que a alternância do poder serve entre outras coisas para reflexões periódicas. A população quer mais do que biografias dos candidatos.
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