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Scot Consultoria

Sem novidades eleições não abalam economia


Terça-feira, 5 de outubro de 2010 - 08h27

Economista, especialista em engenharia econômica, mestre em comunicação com a dissertação “jornalismo econômico” e doutorando em economia.


Os termômetros do desempenho da economia nacional estão apontando para tranqüilidade em período de eleições. Em um passado não muito distante qualquer movimento na política impactava fortemente nos mercados acionários e cambial, indicadores diários da expectativa dos agentes econômicos. Na prática não há nenhuma discussão mais profunda sobre eventual perspectiva de mudança no modelo econômico atual. O poder exercido pelo Partido dos Trabalhadores nestes últimos oito anos confirmou a política neoliberal adotada pelo país nos anos 1990. Os três principais postulantes a cadeira de Lula não apresentaram modelos econômicos alternativos. Garantem a autonomia do Banco Central, a manutenção da política de metas de inflação e margeiam em questões mais profundas como a queda dos juros básicos, afrouxamento da política fiscal e nas necessárias reformas estruturais. Tudo indicava que iriam confrontar formas de gestão, mas o desespero em garantir crescimento nas pesquisas eleitorais levaram a focarem muito mais seus currículos, origem familiar e combate a corrupção, do que enfatizar como administrarão o país. O lado positivo disto tudo é que a economia nacional se demonstra mais madura. Isso não quer dizer que esteja blindada e que os problemas como gastos públicos e câmbio estão equacionados e que o modelo econômico brasileiro esteja maduro o suficiente para garantir o tão sonhado crescimento sustentado, longe disso, ainda convivemos e conviveremos com o vôo da galinha, com gargalos em infraestrutura e com o elevado custo Brasil, entretanto, é possível avaliar que a festa democrática que as eleições possibilitam, não tem provocado grande impacto no dia a dia da economia. Talvez seja sinal do amadurecimento democrático. Avançamos muito, pois até pouco tempo tínhamos que conviver com regimes autoritários, com inflação anual na casa dos 5.000% e com o privilégio da especulação financeira em detrimento ao capital produtivo. Só resta esperar que o povo vote de maneira consciente, com um olhar coletivo e não em seu próprio benefício, e que esta jovem democracia possa aprender com seus erros, sendo cada vez mais plural, madura e acima de tudo com visão de longo prazo. Se houver um pensar na próxima geração e não na próxima eleição poderemos realizar uma pequena revolução, no voto, na prática democrática. A economia nacional pela sua própria dinâmica vem fazendo sua parte.
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