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Scot Consultoria

O setor público não pode ficar a reboque do setor privado


Segunda-feira, 13 de setembro de 2010 - 17h10

Economista, especialista em engenharia econômica, mestre em comunicação com a dissertação “jornalismo econômico” e doutorando em economia.


A cidade de Bauru observou período difícil nos anos 90. Conviveu com turbulências políticas como, por exemplo, perdas de mandatos de prefeitos, sem contar com o desmonte do Estado em função das privatizações. Neste particular a cidade sofreu com a perda de inúmeros postos de trabalho e investimentos públicos. Os anos 2000 demonstraram outra dinâmica. Após a volta da estabilidade política, seria questão de tempo retomar a auto-estima e recolocar a cidade nos trilhos (mesmo sem as ferrovias). Os investimentos produtivos voltaram. A cidade passou a ser a porta de entrada de inúmeros empreendimentos. Franquias importantes, rede hoteleira, novas sedes regionais, shopping do automóvel, consolidação das empresas já sediadas na cidade e tantos outros investimentos do setor privado. Na paralela ocorreram alguns investimentos do setor público. Novo aeroporto (mesmo sem o uso pleno), Hospital Estadual e Nações Norte são alguns exemplos destes investimentos. Recentemente foram anunciados novos investimentos privados. São dois novos shoppings centers e falam até em um terceiro. Além disso, o setor de serviços vem ampliando suas atividades. A cidade é referência em recuperação de crédito, com o emprego batendo os milhares. A indústria continua em franca expansão. É nesse ambiente que podemos dizer que o investimento privado tem sua própria dinâmica. O capital privado busca retorno e enxerga na cidade de Bauru a porta de entrada para aportar importantes recursos. O que se espera do setor público? Não ficar a reboque do setor privado. Isso quer dizer: investir em infraestrutura que facilite o desenvolvimento da cidade. É o chamado crescimento sustentável. Escolas e hospitais de qualidade, trânsito com fluidez, creches para os funcionários das organizações, transporte coletivo compatível com este novo momento da cidade, luz, água, asfalto, segurança, tratamento de esgoto, enfim, tudo que possa contemplar qualidade de vida. Os setores público e privado não podem concorrer entre si, precisam sim, convergir. Não se constrói uma cidade somente com olhar no retorno do capital. Tem que haver maturidade política, investimentos públicos e sustentabilidade. Tudo isso abrigado em um projeto de longo prazo em que todos saibam aonde se quer chegar. Se deixar o crescimento fluir sem indução corre-se o risco de criar-se uma cidade com abismos entre a velocidade do capital privado e sua busca por retorno, e a lentidão do setor público, com todas suas amarras. O setor público não deve fazer tudo, mas é o grande gestor da indução consciente do crescimento da cidade. O setor privado já disse a que veio.
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