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Scot Consultoria

Nova recessão americana?


Terça-feira, 31 de agosto de 2010 - 09h36

Economista, especialista em engenharia econômica, mestre em comunicação com a dissertação “jornalismo econômico” e doutorando em economia.


Não há consenso, mas cresce a corrente de economistas que entendem que os Estados Unidos poderão conviver com nova recessão. O foco que estava concentrado na Europa já não é mais tão intenso em função das recentes medidas implementadas naquele continente. Na prática, os americanos não fizeram a lição de casa e a ajuda financeira do governo americano nos últimos meses somente contornou a crise, não estancando definitivamente suas causas. Algumas letras podem explicar como o mercado avalia essa possibilidade de recessão. Inicialmente, a percepção era que a economia americana se comportaria como a letra U. Houve uma queda no nível de atividade, atingindo o menor patamar para uma rápida recuperação em seguida. Atualmente, são dois outros cenários: o primeiro semelhante a letra L. Queda acentuada no nível de atividade e recuperação lenta ao longo dos anos. O outro cenário, mais crítico, é o que avalia o comportamento da economia americana semelhante à letra W. Houve a recessão, em seguida rápida recuperação, para um novo mergulho na recessão, para somente em segundo momento ocorrer a recuperação. O pior cenário seria o descrito como letra W. Nesse caso, o centro do problema seria nos Estados Unidos com consequências mundiais ao longo do tempo. O impacto no Brasil se daria em dois ou três anos, portanto, não permitiria acomodação nos louros das conquistas até então alcançadas. É evidente que em ano de eleições o governo brasileiro não tem interesse algum em fomentar o debate em torno destas questões. E o que é mais preocupante: pouca coisa está sendo construída para blindar o País se efetivamente nova crise for desencadeada. O importante para as empresas, entidades e as pessoas em geral é que o cenário atual não cegue a análise de eventual nova turbulência econômica e as decisões necessárias sejam adiadas. Não é hora de pessimismo, mas também não é o momento de otimismo exagerado.
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