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Scot Consultoria

A copa rola e o governo age!


Terça-feira, 29 de junho de 2010 - 11h06

Economista, especialista em engenharia econômica, mestre em comunicação com a dissertação “jornalismo econômico” e doutorando em economia.


Eu, pessoalmente, gosto muito da copa do mundo. Reúno a família, os amigos, mudo a rotina e, apesar da queda da produtividade, aproveito o momento. De quatro em quatro anos podemos nos dar ao luxo de abrir mão de parte do dia e do trabalho. Até aí sem problemas. Acontece que, paralelamente à copa do mundo, o governo age. O Banco Central recentemente elevou a taxa básica de juros de 9,5% para 10,25% ao ano e quase não houve repercussão junto aos agentes econômicos. A imprensa explorou pouco a decisão e até mesmo o meio empresarial, normalmente com avaliações mais críticas, se omitiu. Também neste ambiente de copa os aposentados tiveram a aprovação do reajuste de 7,72%, mas o Presidente Lula vetou o fim do fator previdenciário, também com pouca repercussão. No vácuo da copa foi aprovado o reajuste aos funcionários da Câmara Federal, com aumentos fora de qualquer padrão e pouco se falou. Além da perda de foco nas questões mais importantes, o governo continua a retirar recursos importantes da sociedade. Por exemplo, em maio, a arrecadação cresceu 16,5% em relação a 2009, sendo recorde para o mês. Atingiu R$ 61 bilhões. Valor expressivo. Isso permite ao governo atuar no que podemos denominar zona de conforto. Os gastos poderão ser mantidos ou até mesmo crescer, contudo, gastos em rubrica errada, ou seja, custeio, quando os gastos em investimentos é que geram riqueza ao país. Em vez de maiores gastos seria importante desonerar a produção e o consumo, mas isto é pedir demais. Copa, alegria, curtição, vivência com amigos e família, tudo dentro do contexto, mas deixar de lado o senso crítico, e aceitar que as mesmas práticas do passado, notadamente, quando vivíamos um período de exceção, é no mínimo sermos coniventes com um Estado pouco produtivo e gastador por excelência. Torcer pelo Brasil sim, mas de olho no ambiente econômico e político, com muita vigilância.
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