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Scot Consultoria

O regime de metas de inflação


Segunda-feira, 5 de abril de 2010 - 16h24

Economista, especialista em engenharia econômica, mestre em comunicação com a dissertação “jornalismo econômico” e doutorando em economia.


Desde julho de 1999 o Brasil adotou o chamado regime de metas de inflação. Não é novidade, pois outros países praticam a mesma metodologia. A idéia básica desse regime é projetar a inflação para os próximos períodos, no caso brasileiro para os 12 meses subseqüentes. A projeção é desenvolvida em um modelo econométrico. Acontece que a fixação do centro da meta da inflação, bem como o horizonte da projeção, não segue um padrão. Em outras palavras, quem define o patamar e a quantidade de meses projetados é a equipe econômica do governo. Não quero defender que a inflação no Brasil deva ser fixada em metas mais elevadas, principalmente conhecendo o histórico de inflação no Brasil, mas entendo que poderíamos adotar metas menos restritivas. Qual seria, na prática, a diferença entre uma meta de 5,5% podendo atingir até 7,5% e uma projeção, por exemplo, para os próximos 24 meses e a atual, que trabalha com 4,5%, podendo atingir 6,5% em um horizonte de tempo de 12 meses? Buscar o ajuste em 24 meses é uma tarefa menos árdua do que em 12 meses. Insisto: o nosso passado nos condena, entretanto, considerando o sacrifício que o país tem que fazer para controlar os preços em níveis tão baixos, me parece que o mais prudente seria uma revisão dos critérios para fixação de metas. Evidentemente que uma mudança, se houver, não pode ser em período pré-eleitoral, entretanto, é um bom tema para discussão na sucessão presidencial. Países que adotam metas de inflação baixa convivem com juros reais no mínimo na metade dos praticados no Brasil e crescimento sustentado bem acima do projetado para o Brasil. O próprio regime de câmbio flutuante permite práticas de juros menores. Em resumo: a reflexão é no sentido de analisar qual deve ser o bem maior a ser objetivado pelo governo - metas apertadas, ou metas que contemplem a realidade brasileira, notadamente de um país que precisa promover crescimento sustentado. Só é difícil aceitar inflação em patamares de primeiro mundo e crescimento, renda, juros, entre outras variáveis, de terceiro mundo.
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