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Scot Consultoria

Um pouco sobre prepotência genética


Terça-feira, 16 de março de 2010 - 12h34

Zootecnista, doutor pela Fzea/USP e colaborador da Scot Consultoria.


Ivan Formigoni e J. Augusto II Temos discutido neste Painel a endogamia e seus efeitos na produção animal. Para este raciocínio é imprescindível mencionar os recentes avanços dos programas de melhoramento genético animal. Estes avanços, somados ao crescente uso das biotecnologias reprodutivas, permitem maior progresso genético, mas, com o aumento da endogamia. As atuais metodologias de avaliação genética utilizadas pelos programas de melhoramento animal e que disponibilizam DEPs para os pecuaristas utilizam, além das informações de desempenho dos animais e suas progênies, as informações de seus ascendentes (via pedigree), o que implica que determinados animais pertencentes a famílias ou linhagens possuem maior probabilidade de serem selecionados, dado que as informações tanto dos ascendentes como descendentes do seu pedigree é considerado no momento do calculo da estimativa da DEP. Ou seja, animal filho de pai e mãe com DEPs boas, matematicamente deve ter DEP boa, e desta forma, se esta selecionando os reprodutores filhos dos animais com melhores DEPs. Isto faz com que os animais se tornem mais endogâmicos e, essa taxa de endogamia é crescente ao longo dos anos de seleção. Relembrando, a endogamia é o acasalamento que envolve dois indivíduos que possuem ao menos um antepassado em comum. A endogamia refere-se à probabilidade que dois alelos sejam idênticos por descendência, ou seja, de que os dois alelos sejam idênticos e sejam herdados de um ancestral comum. Resultando em aumento da homozigose. Muito se fala sobre as vantagens e desvantagens que o uso da endogamia pode acarretar, alguns defendem o uso da endogamia por ser uma maneira rápida de fixar características, bem como pela oportunidade de homogeneizar os produtos. Uma vantagem importante da endogamia é o aumento da prepotência dos reprodutores, que é a capacidade do indivíduo em produzir filhos parecidos com ele próprio. Os animais endogâmicos tendem a ser prepotentes por apresentarem maior percentual de genes em homozigose. Esse aumento na padronização (prepotência) ocorre mais facilmente em características qualitativas (características em que o fenótipo é observável, ex.: cor da pelagem, presença de chifre etc), que geralmente são determinadas por poucos pares de genes. Na verdade, se pensarmos em apenas uma ou algumas características com poucos genes, esta prática é bastante eficiente. Entretanto, a maioria das características é quantitativa (características em que o fenótipo é mensurável, ex.: produção de leite, ganho de peso, etc.) e expressas por combinações de vários genes e desta forma a homogeneidade que se busca ao utilizar a endogamia muitas vezes é em detrimento de outras características. Assim, muitos caracteres importantes podem ser perdidos com o uso prolongado da endogamia, pela simples fixação de alelos indesejáveis para estes genes.
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