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Scot Consultoria

O PIB brasileiro em 2009


Sexta-feira, 12 de março de 2010 - 09h56

Economista, especialista em engenharia econômica, mestre em comunicação com a dissertação “jornalismo econômico” e doutorando em economia.


Na última quinta-feira (11/03) o IBGE divulgou os números do produto interno bruto brasileiro (PIB) em 2009: retração de 0,2% se comparado ao ano anterior. Em outras palavras a riqueza do país encolheu no ano passado. O resultado seria alarmante se o desempenho dos últimos meses do ano também fosse ruim, entretanto, não foi isso que ocorreu. O quarto trimestre de 2009 apresentou crescimento de 2%, abrindo caminho para as projeções otimistas de 2010. A coisa funcionou assim em 2009: de um lado o governo subestimando os efeitos da crise internacional e demorando a intervir preventiva e corretivamente na economia, de outro lado, quando o governo agiu permitiu que a economia se recuperasse mais rapidamente do o previsto. Claro que estamos levando em conta a média do desempenho, podendo existir comportamentos distintos ao analisarmos setorialmente a economia. No detalhe tivemos o seguinte comportamento do PIB em 2009: agropecuária com recuo de 5,2%, também com recuo o setor industrial (-5,5%), observando altos os setores de serviços (+2,6%), consumo das famílias (+4,1%) e os gastos do governo (+3,7%). Além da recuperação econômica do último trimestre de 2009 a boa notícia é que os investimentos privados voltaram a expandir: +6,6%, atingindo 16,7% do produto interno bruto. Mesmo ficando abaixo dos 20,1% que era o desempenho pré-crise e sendo o pior desempenho desde 2006, esta retomada dos investimentos permite manter o otimismo para 2010. Os números divulgados confirmaram o que o mercado já sabia e a maioria está com o olhar voltado para o desempenho desde ano. Neste particular podemos manter as projeções para algo em torno de 5% de crescimento para este ano. Mas nem tudo são flores. O sinal de alerta da inflação já foi aceso. Janeiro e fevereiro vieram carregados e o governo começa a mexer na política monetária. Já enxugou o excesso de liquidez da economia com a retomada dos recursos injetados o ano passado via liberação do compulsório bancário e ainda deixou claro na última ata do Comitê de Política Monetária que os juros básicos podem voltar a subir. É o chamado cobertor curto: crescimento sem sustentação de longo prazo gera desequilíbrio entre oferta e procura, e os juros servem para segurar a alta dos preços. Independentemente das variáveis preocupantes tudo aponta para um ano de bom desempenho econômico, portanto, saibamos tirar proveito disto.
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