No dia 26/08 passado, a justiça do Mato Grosso do Sul derrubou uma liminar, conseguida pela Famasul (Federação da Agricultura do MS), que suspendia o processo de identificação e demarcação de terras indígenas no sul do Estado.
A Funai anda com uma pressa espantosa para começar logo essas demarcações. No dia 12 de setembro será apresentado um relatório ao Conselho de Direitos Humanos da ONU (aquela entidade anti-semita do órgão cujos membros incluem paraísos sociais como o Sudão), sobre a etnia guarani, e a Funai quer fazer bonito por lá.
Os estudos de demarcação pretendem transformar uma área correspondente a um terço do Mato Grosso do Sul em reserva indígena, incluindo algumas das terras mais férteis do Estado e com os melhores índices de produtividade. E o pior de tudo, quando a União desapropria terras para reservas indígenas, os produtores rurais não recebem um centavo por elas.
Ou seja, aqueles que são responsáveis por grande parte da economia sul-mato-grossense serão os trouxas a pagarem o pato do cretinismo politicamente correto mais uma vez, assim como aconteceu naquele desastre chamado Raposa Serra do Sol.
A estupidez da política indigenista brasileira parece não ter limites. A idéia de que os índios possam voltar a viver no paleolítico, estágio da evolução em que se encontravam quando da chegada dos colonizadores, é absurda, atemporal, e condena os indígenas a um futuro negro, isolados do processo de evolução do resto da humanidade.
Para dar uma parca idéia da realidade indígena, aqui vão algumas informações provavelmente desconhecidas do público urbano que defende a idéia de criar zoológicos gigantes para os índios:
Em aldeias no sul do MS, governos municipais e do Estado construíram casas populares para os índios. Os índios vendem vasos sanitários e outros materiais de construção no mercado local para ficarem com o dinheiro. O governo entrega cestas básicas nas aldeias. Até índios do Paraguai cruzam a fronteira, adquirem facilmente suas carteirinhas na Funai e são sustentados pelos contribuintes brasileiros. O alcoolismo é o problema familiar mais gritante. É comum índios trocarem os alimentos que recebem por garrafas de cachaça nas vendinhas locais. Uma profissional de saúde de Dourados – MS afirmou em entrevista já ter atendido crianças de colo alcoolizadas, os próprios pais dão cachaça para os bebês chorosos se acalmarem. Incesto, prostituição e suicídio são outras ocorrências comuns. Em Dourados, existem bocas de fumo dentro das aldeias porque a polícia militar não pode entrar aí sem autorização da Funai. O Sindicato Rural de Dourados oferece cursos profissionalizantes especialmente para as aldeias da região e sobram vagas por falta de interesse.
O problema não se restringe ao Mato Grosso do Sul. Cananéia por exemplo, no litoral sul de São Paulo, é uma das cidades mais antigas do Brasil. Não existem índios por ali desde o tempo do guaraná com rolha. A Funai inventou uma reserva baseada nos tais estudos antropológicos e como não haviam mais índios por ali resolveu buscar uns na fronteira da Argentina, a 1000 km de distância. Sobrevivem de cestas básicas e do artesanato que algumas ONGs tentam vender. Na Amazônia são várias as tribos que sobrevivem do garimpo e da extração ilegal de madeira.
A situação é a mesma, seja nas aldeias com pouca terra, seja nas reservas imensas, onde vive apenas um punhado de índios.
Índios são 0,2% da população e são donos de 13% do território nacional. São os maiores latifundiários do país e ainda assim vivem nessa miséria.
A Funai deveria parar de se preocupar com demarcações, procurar as lideranças indígenas e estudar uma política que realmente faça a diferença, que integre o índio à sociedade, que gere renda às famílias indígenas.
Se o Conselho de Direitos Humanos fosse uma coisa séria, certamente acusaria a Funai de genocídio no futuro.
-Charge e manchete do jornal Agroin de Campo Grande
<< Notícia Anterior
Próxima Notícia >>