Lucro e características reprodutivas: precocidade sexual e habilidade de permanência – parte 2 de 3

Em seqüência ao tema referente à importância econômica das características reprodutivas, iremos discutir um pouco sobre a importância da idade a primeira cria e da habilidade da matriz em parir regularmente, sem falhas, até que salde seus custos de produção e investimento. A questão da precocidade sexual de novilhas é um assunto que tem despertado bastante interesse dos criadores, principalmente porque os resultados, a princípio, sugerem que uma matriz precoce pode gerar uma cria a mais durante sua vida útil comparada a uma matriz que emprenha ao redor dos 24 meses de idade. Não podemos nos esquecer, contudo, que além da precocidade, o ideal é que a novilha esteja apta a produzir uma cria anualmente, a partir da primeira parição. Isso implica dizer que em alguns sistemas produtivos, talvez seja mais importante trabalhar a fertilidade média do rebanho, intervalo de partos etc antes de pensar em precocidade sexual, expondo as novilhas com idade próxima dos 14 meses. Mas, certamente que os benefícios econômicos da precocidade sexual de novilhas podem se tornar um diferencial para aqueles com um sistema de produção onde os indicadores médios já são eficientes. O objetivo deste artigo é fornecer indicativo do retorno econômico da precocidade sexual e do período de retorno de uma matriz, considerando um exemplo simulado. Ou seja, contribuir para duas perguntas relacionadas aos benefícios econômicos da precocidade sexual e da habilidade reprodutiva. 1. Em termos de resultado econômico, o quanto esperar da precocidade sexual de novilhas? Conforme a tabela 1 e, considerando dados empíricos de taxa de prenhes aos 14 meses de 35%, taxa de re-concepção de 60% e custos adicionais entre a exposição na primeira e segunda estação estimado em R$30,60 por fêmea, espera-se um saldo de aproximadamente R$27,2 por novilha exposta. É preciso destacar que esses dados são meramente ilustrativos, uma vez que cada sistema tem seus custos e índices. No entanto, fornece uma idéia dos benefícios da precocidade sexual. Se o rebanho de novilhas precoces for de 1.000 cabeças, o saldo bruto da exposição precoce, conforme os indicadores da Tab.1 seria de R$27,2 mil. 2. Qual o período de retorno de uma matriz ou, quantas crias uma fêmea deve produzir para retornar em lucro? Os dados da tabela 2 informam o número esperado de crias que uma matriz deva produzir para recuperar o todo o custo de investimento e de produção nela aplicados. Pela tabela 2, embora os dados também possam variar conforme os valores de custo e receita de cada propriedade, o período de retorno de uma matriz é bastante sensível, podendo variar de 1 a 8 crias pelo exemplo apresentado. Mesmo que sejam empíricos, os dados da Tab. 2 ilustram a amplitude da necessidade de crias para que a matriz salde seus custos e investimento, bem como a diversidade de ambientes produtivos que caracterizam a pecuária de corte nacional. Lembrando que conhecer o período de retorno de uma matriz é fundamental para desenvolver estratégia de descarte voluntário e, assim, melhor trabalhar a estratégia de seleção e gerencial da atividade.
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