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Scot Consultoria

Lucro e características reprodutivas: intervalo de partos – parte 1 de 3


Segunda-feira, 20 de julho de 2009 - 09h38

Zootecnista, doutor pela Fzea/USP e colaborador da Scot Consultoria.


por Ivan Formigoni Uma questão muito discutida entre os que se dedicam à atividade de cria refere-se à importância econômica das características reprodutivas e da estratégia de descarte das matrizes. Esse tema já foi abordado aqui anteriormente e, devido à relevância do conceito, acredito que seja interessante discutirmos novamente esta questão, enfatizando agora para o intervalo entre partos, idade da novilha à primeira cria e custo do investimento na matriz. Como é de se esperar, para definir o ponto de descarte econômico de uma matriz devemos conhecer os fatores de custos e receitas, a fim de conhecer o momento em que a matriz passa a dar lucro ao sistema produtivo. O fato é que não iremos pensar em descarte estratégico antes que a matriz salde o valor nela investido. O lucro de uma matriz refere-se ao saldo positivo que considera o valor nela investido, o custo de produção anual dela e seus produtos, bem como a receita proveniente do seu descarte e da venda dos seus produtos. Neste primeiro artigo iremos nos concentrar na análise econômica da matriz para diferentes períodos médios de intervalo de partos e custo de manutenção. Para o cálculo do lucro por matriz foram avaliados o exemplo de 2 cenários hipotéticos de uma atividade de cria, ambos considerando para as receitas, o preço médio da matriz de descarte em R$74,00/@ e um peso médio de 14 arrobas, enquanto que para as crias, um peso médio a desmama de 5,5 arrobas e um ágio de 20% em relação ao preço médio do boi gordo e vaca gorda (R$82,00/@ de boi gordo). A análise consistiu em avaliar o lucro médio esperado de uma matriz, durante sua vida útil (5 anos, em média), conforme o intervalo médio de partos e o custo de manutenção da matriz. No cenário 1 (Figura 1) foi considerado o custo de manutenção médio mensal por animal de R$20,00. No cenário 2 (Figura 2) o custo apurado foi de R$18,00 por animal ao mês. As Figuras 1 e 2 ilustram a diferença no resultado esperado, em lucro por matriz. Pelos exemplos apresentados, com o custo de produção mensal de R$20,00 (Figura 1), se o intervalo de partos médio for superior a 16 meses, a matriz trará prejuízo ao sistema produtivo. Veja que com intervalo de 12 meses, ideal, o lucro por matriz estaria próximo dos R$350,00. No caso do custo de produção mensal de R$18,00 (Figura 2), apenas se o intervalo de partos médio for superior a 20 meses, a matriz trará prejuízo ao sistema produtivo. Veja, por sua vez que com intervalo de 12 meses, ideal, o lucro por matriz estaria acima dos R$600,00. Considerando o intervalo médio de parto de 15 meses para ambos cenários, temos que o resultado, em lucro por matriz durante sua vida útil, seria de R$100,00 e R$320,00 para o custo de produção de R$20,00 e R$18,00, respectivamente. Isso ressalta a importância dos custos de produção para a análise do lucro por matriz. É importante avaliar a sensibilidade do componente custo na análise do lucro ou prejuízo por matriz. Ou seja, embora os valores aqui apresentados tenham apenas o intuito de ilustrar a relação do custo e do intervalo de partos com o lucro por matriz, fica evidente que pequenas variações, para baixo ou para cima, nos custos ou indicadores de produtividade, afetam de modo significativo os resultados. Vale ressaltar que os custos de produção também variam conforme os indicadores de produtividade do rebanho. O exemplo aqui apresentado foi mais simplista, já que o objetivo principal é de apresentar a importância de avaliar os dados de custos e produtividade, relacionando-os com o lucro por matriz. É fato também que cada sistema produtivo apresenta seus custos e índices de produtividade, os quais variam conforme as circunstâncias de produção de cada propriedade. É difícil comentar sobre custo médio de produção na pecuária de corte nacional diante da diversidade de sistemas produtivos, mas, é imprescindível que os produtores estejam atentos ao monitoramento dos custos e saber que pequenos aumentos já podem representar em prejuízo.
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