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Scot Consultoria

Importância da análise dos alimentos para a formulação de dietas


Segunda-feira, 20 de julho de 2009 - 09h30

Engenheira Agrônoma e Doutora pela ESALQ-USP, Coordenadora de Projetos Boviplan Consultoria.


por Andrea B. V. José e Elinda M. B. Oriani A base da formulação de dietas para bovinos visa maximizar o uso da forragem ou outro alimento e, então, complementar os nutrientes necessários com nutrientes que sejam adicionais para o requerimento do animal (LINN; MARTIN, 1991). Já a disponibilidade, bem como a quantidade de cada nutriente no alimento, é determinada, essencialmente, por sua composição química. Os alimentos não são iguais em sua capacidade de dar suporte ao animal para suas funções de mantença, crescimento e reprodução. Partindo-se do pressuposto acima, a importância de se analisar o alimento a ser consumido pelo animal segue algumas diretrizes que vão desde a sua produção até a correta formulação da dieta para sua máxima utilização e, consequentemente, para que a produção animal (e.g. leite, carne, lã) seja atingida. As culturas forrageiras são de grande importância, pois fornecem energia, proteínas, vitaminas, minerais e fibras necessários à dieta animal. Muitos fatores, como variedade, maturidade, condições de crescimento, práticas de manejo, etc, afetam a qualidade da forragem antes de ser utilizada para alimentação. Portanto, predizer o valor da qualidade forrageira baseado em padrões da literatura, frequentemente pode não condizer com a realidade, na época em que a forragem for utilizada. Importante, ressaltar que a análise do concentrado a ser utilizado na dieta é de suma importância, também, na formulação final. Por conseguinte, a melhor maneira de determinar o valor do alimento é ter uma amostra representativa dele, testada por um laboratório que utiliza metodologia comprovada e aceita para análise de forragens e de alimentos em geral. A coleta do material é de suma importância para todo o processo. Não adianta a análise ser bem feita se o material for coletado erroneamente e sem a representatividade correta. A amostra final utilizada para análise deve representar a composição média do lote ou da população de forragem ou alimento que será utilizado na formulação da dieta. Existem equipamentos utilizados para coleta de silagem ou feno, como sondas (e.g. Penn State Forade Probe, Forageurs Hay Probe, Hay Chec Hay Sampler, etc), balde misturador e sacolas de amostra, e dentre elas várias marcas comerciais. Entretanto, no Brasil, não é usual a utilização de sondas e nem de baldes misturadores. Assim, a amostra é geralmente coletada com as mãos e acondicionada em sacos plásticos ou de papel estéreis, e submetidos ao laboratório no qual será realizada a análise bromatológica (bromatologia: ciência que estuda os alimentos). A amostra deve ser muito bem identificada com data de coleta, lote ao qual pertence, fase vegetativa em que foi coletada e procedência. Estes dados são muito importantes para interpretações posteriores dos resultados. Amostras verdes, como pastos e capineiras, e as silagens, devem ser coletadas e acondicionadas em sacos plásticos bem fechados, totalmente sem ar, e enviadas ao laboratório. Já se for realizada uma pré-secagem, no caso dos pastos e capineiras, assim como para o feno, os materiais devem ser acondicionados em sacos de papel estéril. Raízes, tubérculos e frutas devem ser acondicionados em sacos plásticos, congelados e enviados ao laboratório o mais rápido possível. Amostras de produtos comerciais (e.g. farelos, grãos, resíduos) devem ser acondicionadas em sacos plásticos ou de papel. Quanto aos produtos líquidos (e.g. melaço, óleos, resíduos aquosos), deve ser retirado 1 litro de cada recipiente ou dorna que contenha o material, de forma mais homogênea possível e enviado para análise. Todo material deve ser, primeiramente, coletado em vários pontos do lote ou silo e, posteriormente, as subamostras devem ser ajuntadas e dela retirada a amostra que será submetida à análise. Para materiais sólidos o volume a ser encaminhado ao laboratório deve ser de aproximadamente 500 g e, no caso de materiais líquidos, de 1 litro. A determinação da umidade do material ou do teor de matéria seca (MS) deve ser analisada antes dos processos de conservação da forragem, sejam eles, fenação ou ensilagem. Determinando-se antes, observa-se a efetividade do processo de conservação utilizado. Analisando-se a umidade, posteriormente a conservação, é determinada em base da MS na qual os nutrientes serão expressos e a dieta formulada. As análises normalmente realizadas são de determinação de Matéria Seca (MS) Proteína Bruta (PB), Fibra Bruta (FB), Extrato Etéreo (EE), Matéria Mineral (MM), Fibra em Detergente Ácido (ADF) e Fibra em Detergente Neutro (NDF), Proteína ligada ao ADF (PIDA), Nitrogênio no ADF (NIDA). Todas as determinações, bem como as fases anteriores à análise, contribuem para que a dieta seja corretamente formulada e, consequentemente, adequada para utilização na categoria animal específica, alem de proporcionar uma maior rentabilidade. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA: VAN SOEST, P.J. Analytical Systems for Evaluation of Feeds. In: VAN SOEST, P.J. Nutritional Ecology of the Ruminant. Ithaca: Cornell University Press, 1982. chap. 6, p.75-94. LINN, J.G.; MARTIN, N.P. Forage quality analyses and interpretation. Vet Clin North Am Food Anim Pract. v.72, n.2, p. 509-523, 1991. ZHANG, H.; REDFEARN, D.; CADDEL, J. Collecting Forage Samples for Analysis. Oklahoma Cooperative Extension Fact Sheets, F-2589. Disponível em: . Acesso em 08 julho de 2009.
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