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Scot Consultoria

Estudo garante continuidade das exportações de gado vivo


Sexta-feira, 7 de maio de 2010 - 10h41

Engenheiro agrônomo


A última terça-feira, dia 4 de maio, foi corrida. Enquanto acontecia o seminário Perspectivas do Agronegócio para 2010 e 2011, organizado pela BM&F em São Paulo, acontecia também um debate na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Câmara dos Deputados em Brasília, presidida pelo deputado Dr. Ubiali. O tema da reunião na Câmara dos Deputados era discutir os impactos das exportações de gado vivo pelo Brasil, especialmente pelo Estado do Pará. A Scot Consultoria foi convidada pela ABEG – Associação Brasileira de Exportadores de Gado – para participar da audiência pública apresentando estudo encomendado pela entidade. Pelo resumo da reunião, percebe-se que os defensores da criação de impedimentos às exportações de animais vivos tiveram trinta minutos para expor suas posições, enquanto Alcides Torres, diretor da Scot, teve apenas pouco mais de 10 minutos. Foram três apresentações contrárias às exportações de gado vivo, contra apenas uma a favor. E prevaleceu o bom senso, segundo texto assinado pela média veterinária Gabriela Tonini, da Scot Consultoria. A Comissão da Câmara dos Deputados não recomendará a criação de medidas impeditivas às exportações de gado vivo para outros países. Na defesa do argumento, Torres foi muito feliz em questionar o que exatamente significa agregar valor. A venda de um animal vivo pelos pecuaristas agrega também valor às fazendas produtoras e à indústria de insumos. Também aumenta a concorrência entre os compradores, num momento em que a concentração de forças preocupa grande parte dos produtores, e a própria sociedade. Abre também oportunidades para uma região pressionada hoje por toda a cadeia da carne bovina e pela própria sociedade. A apresentação conjunta entre Scot e ABEG, conduzida por Alcides Torres, também foi muito objetiva em apresentar dados demonstrando que os recordes de exportações não representam, necessariamente, agregação de valores para os produtores. Os preços no campo não acompanham o desempenho das exportações, diretamente. Com isso, os efeitos positivos ficaram evidentes para o produtor rural, pela geração de empregos, pela captação de impostos e pelo desenvolvimento econômico e social das regiões beneficiadas por mais esse canal de escoamento. A exportação de bovinos vivos pode conviver harmoniosamente com os demais produtos gerados pela pecuária nacional, sejam esses produtos carne, couro, sapatos, medicamentos, etc. Não há antagonismo e representa uma quantia insignificante quando comparada ao número de animais abatidos para exportação de carnes industrializadas ou desossadas. Por isso, concluiu a comissão, a intervenção do governo federal é desnecessária. Confira o texto sobre a reunião, divulgado ontem pela Scot Consultoria com o título Venceu o bom senso. Pois bem, na terça-feira todos os holofotes da mídia especializada no agronegócio estavam voltados para o seminário organizado pela BM&F. Estavam todos os canais e jornais reunidos no WTC, na avenida Nações Unidas, em São Paulo. Com isso o debate em Brasília passou praticamente em branco. O pessoal da Scot Consultoria, em trânsito e com equipes em três frentes de trabalho, não conseguiu divulgar o resultado na quarta-feira, um dia após a reunião em Brasília. O resumo dos fatos só viria a ser publicado na quinta-feira, dia 6, pela Scot. Não haveria problema algum em aguardar a divulgação do resultado da reunião na quinta-feira, não fosse a publicação dos resumos desta mesma reunião, por alguns sites especializados no agronegócio, já na quarta-feira. O problema, no entanto, é que houve um descuido, ou falta de atenção, na preparação das notícias que foram veiculadas na quarta-feira. O primeiro veículo a resumir a reunião, por alguma razão, omitiu toda a defesa das exportações de gado vivo, realizada pela ABEG e pela Scot Consultoria. Também houve inversão da ordem dos argumentos, ficando a impressão que prevalecera os argumentos contrários à exportação de gado vivo pelo Brasil. Hoje em dia, como se sabe, alguém publica primeiro determinada notícia e logo após vários outros veículos de informações acabam copiando, colando, publicando e divulgando as mesmas informações, difundindo essas notícias mais ainda. Faz parte do jogo, é natural e até positivo. Mas quando há um equívoco ou um descuido, os mesmos são disseminados com a mesma velocidade. Uma pena, pois a notícia de quinta-feira chegaria “envelhecida” pela divulgação equivocada e mal elaborada da véspera. Em outras palavras, o leitor diria “já li ontem, por que leria de novo agora?” A própria Bigma Consultoria, com equipe também em viagem e sem contato com os dois profissionais da Scot que foram à Brasília, ficou até a tarde de ontem desinformada sobre o real desfecho da reunião. Trabalhávamos com a informação errada. Quase todos foram mal informados, de início, com relação ao desfecho desta consulta pública, realizada no Congresso. O fato comprova que o volume de informações disponíveis hoje em dia, e a necessidade de velocidade e furo de notícias, pode desinformar mais do que informar. Vale redobrar a atenção. No final, Scot e ABEG saíram vitoriosos num debate sempre difícil de ser conduzido. Prevaleceram as estatísticas, a ciência e o bom senso, como disse Gabriela Tonini, sobre posições geralmente embasadas em questões emotivas e carregadas de clichês econômicos, como o previsível argumento de agregação de valor. Só há agregação de valor quando se é capaz de atender o mercado. Seja de carne industrializada, couro, sapatos, bois vivos, miúdos, carne desossada, sebo, biodiesel, etc. É o mercado que dita quais produtos quer comprar, não o vendedor. O Brasil é flexível, versátil, e tem condições de dominar todos estes mercados. Por que não? Caso contrário, olhando por outro ângulo, imagine impedir as exportações de soja. Ambos os vídeos a seguir, embora um pouco extenso, contém toda a apresentação em defesa das exportações de gado vivo. Parte I Parte II
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