• Sábado, 27 de abril de 2024
  • Receba nossos relatórios diários e gratuitos
Scot Consultoria

A queda da Selic na prática


Sexta-feira, 23 de janeiro de 2009 - 17h47

Economista, especialista em engenharia econômica, mestre em comunicação com a dissertação “jornalismo econômico” e doutorando em economia.


O Banco Central através do Comitê de Política Monetária reduziu a taxa de juros básica da economia brasileira em 1 ponto percentual. A chamada taxa Selic foi fixada em 12,75% ao ano. Partindo da constatação da queda de preços, por baixa demanda, somada a queda acelerada do nível de atividade econômica, refletida no aumento do desemprego, o Copom não teria outro caminho senão reduzir os juros. Isso sem falar da pressão da sociedade civil organizada. Essa queda refletirá de imediato no custo da rolagem da dívida interna brasileira. Boa parte dos títulos emitidos pelo governo é remunerada pela taxa Selic. No decorrer dos meses essa queda poderá, eu disse, poderá, chegar na ponta, ao tomador de recursos. Acontece que a lógica é: juros básicos menores induzem os intermediários financeiros (bancos, por exemplo) a remunerarem menos quem aplica seus recursos no sistema financeiro, abrindo oportunidade para reduzir os juros de quem precisa dos empréstimos. É uma tendência e não uma certeza, afinal, utilizando a lei de mercado, esses intermediários financeiros podem ou não ampliar o volume de empréstimos. Se não ampliarem os juros não caem. De imediato somente os bancos oficiais anunciaram, via pressão governamental, redução dos juros ao tomador final. O grande problema no Brasil é que o patamar de juros praticados pelo governo é muito elevado se comparado ao resto do mundo. Os chamados juros reais (descontada a inflação) aqui no Brasil são os maiores do mundo, ficando cerca de 2 pontos percentuais acima da Hungria, segunda colocada no ranking. Além disso os bancos exageram no spread bancário (diferença entre juros pagos a quem aplica e de quem empresta recursos), encarecendo demasiadamente o custo do dinheiro. Em meio a crise as principais economias capitalistas reduziram drasticamente seus juros. Nos Estados Unidos, por exemplo, a taxa básica está abaixo de 1%. De qualquer maneira esse é o jogo da política monetária: se a prioridade é retomar o crescimento econômico, juros menores. Se a inflação subiu, juros maiores. Se a redução de um ponto percentual não resolve todos os problemas ao menos retomamos o processo de queda e, finalmente, o Banco Central, começou a entender melhor o lado real da economia.
Reinaldo Cafeo - 44 anos, economista, professor universitário, pós-graduado em Engenharia Econômica, mestre em Comunicação. Atualmente, é Conselheiro do Conselho Regional de Economia - CORECON, consultor empresarial nas áreas econômico-financeira, diretor da Associação Comercial e Industrial de Bauru, perito habilitado para atuar em processos na Justiça do Trabalho e Cível (perícia econômico-financeira), vice-diretor da Faculdade de Ciências Econômicas, comentarista econômico da TV GLOBO e da 94fm Bauru e Diretor do Escritório de Economia ECONOMI@ Online.
<< Notícia Anterior Próxima Notícia >>
Buscar

Newsletter diária

Receba nossos relatórios diários e gratuitos


Loja