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Scot Consultoria

A variável expectativa


Sexta-feira, 17 de outubro de 2008 - 12h53

Economista, especialista em engenharia econômica, mestre em comunicação com a dissertação “jornalismo econômico” e doutorando em economia.


Muitos de alguma maneira querem traçar cenários para saber até que ponto a crise afetará sua vida. Perguntas como: “Qual a extensão da crise?”, “Vou perder o emprego?”, “Levo em frente os projetos de expansão?”, “O que esperar?”. Se analisarmos as variáveis macroeconômicas, há um consenso que teremos no mínimo uma desaceleração da economia. Para alguns, isso será mais intenso, para outros nem tanto. De certa maneira podemos esperar que o Brasil não chegue ao patamar de desempenho negativo previsto para outros países, principalmente nas economias americana e européia. No âmbito das principais variáveis podemos indicar: - Consumo agregado. Depende basicamente de renda e crédito. No tocante a renda o período de "vacas gordas" dos reajustes salariais acima da inflação já passou. E o crédito será menos abundante e mais seletivo. Assim, o consumo que vinha puxando o Produto Interno Bruto para cima deverá puxar para baixo. - Investimentos. O setor privado diminuirá seu ímpeto. Os projetos de investimentos serão revistos e no mínimo terão seus cronogramas dilatados. - Gastos do Governo. Já era consenso que os gastos públicos vinham se comportando acima do razoável. Tanto é verdade que a política monetária restritiva, praticada até então, procurava de certa maneira corrigir esse comportamento "gastador" do atual governo. Se isso estava em curso, a tendência é que seja efetivamente praticada. - Exportações e importações. O câmbio aparentemente favorece as exportações, inibindo importações, indicando que o saldo comercial poderia ficar no patamar atual, contudo, se o indicativo é desaceleração da economia mundial chegando a alguns países a recessão, as compras serão menores e mais seletivas. Isso sem contar a possível contaminação dos preços internos, pela chamada inflação importada. Em resumo: todas as variáveis apontam para baixo, o que resultará em crescimento menor da economia brasileira daqui para frente. Neste cenário o maior desafio é criar um ambiente que não seja contaminado pelo pessimismo, pois, para cada variável acima analisada há políticas que permitem minimizar seus efeitos, agora, contra as expectativas negativas, o remédio é mais difícil, pois estamos falando de confiança dos agentes econômicos. Com o massacre diário da mídia sobre a extensão da crise, até mesmo o mais simples operário está revendo seus projetos, o que é pior, para baixo. Os desafios não são poucos, mas vale lembrar: nas ameaças surgem as grandes oportunidades. É preciso ter sabedoria para tirar proveito deste momento. A reversão de expectativas é um desafio concreto que se apresenta neste momento.
Reinaldo Cafeo - 44 anos, economista, professor universitário, pós-graduado em Engenharia Econômica, mestre em Comunicação. Atualmente, é Conselheiro do Conselho Regional de Economia - CORECON, consultor empresarial nas áreas econômico-financeira, diretor da Associação Comercial e Industrial de Bauru, perito habilitado para atuar em processos na Justiça do Trabalho e Cível (perícia econômico-financeira), vice-diretor da Faculdade de Ciências Econômicas, comentarista econômico da TV GLOBO e da 94fm Bauru e Diretor do Escritório de Economia ECONOMI@ Online.
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